quinta-feira, 6 de abril de 2017

BENEFÍCIOS DAS ARTES MARCIAIS


Os benefícios que a prática das artes marciais e, em particular do Karate, produzem no organismo humano são inúmeros.
Antes de mais, sabemos que, como qualquer outro tipo de exercício, realizado de forma e intensidade adequada, permitirá aos seus praticantes obter uma série de vantagens comuns a todo o funcionamento fisiológico do organismo.
Para melhor compreendermos o que se passa no nosso corpo, ao praticarmos exercícios físicos, temos, antes de mais, perceber que ele é um todo indivisível, pelo que, qualquer benefício ou prejuízo produzido numa das suas partes se repercutirá no conjunto harmonioso do todo.

O Karate, como atividade física e sob a perspetiva de formação e desenvolvimento humano, pode considerar-se uma modalidade de privilégio:

  • Sendo inúmeras as técnicas (movimentos e trajetórias) susceptíveis de serem produzidas pelo treino de Karate, afirma-se como uma excecional e de rara utilidade, no desenvolvimento psicomotor dos seus praticantes.
  • São milhares as sequências técnicas possíveis; por isso, a dedicação diária durante toda a vida seria insuficiente para o conhecimento e execução correta das mesmas.
  • As técnicas do Karate solicitam com igual ênfase os braços e as pernas, tanto do lado esquerdo como do lado direito, assegurando um desenvolvimento equilibrado, uniforme e harmonioso.
  • Pela circunstância de ser uma modalidade que estuda o “combate à distância”, o Karate exige, preferencialmente, o desenvolvimento de qualidades físicas como a velocidade, a flexibilidade e a agilidade, traduzindo-se na formação de corpos elegantes, descontraídos e ágeis.
  • Como acontece, na maioria dos “desportos de combate” ,sempre que acompanhados de um processo pedagógico adequado, o Karate revela-se de grande importância para o desenvolvimento da “autoconfiança” contribuindo para uma personalidade com forte determinação e combatividade mas, ao mesmo tempo, sóbria, controlada e consciente.
  • O constante treino e aperfeiçoamento das técnicas de karate, permite a aquisição de elevados níveis de energia nos braços e nas pernas, ao mesmo tempo que se treina o controlo desses movimentos.
  • O Karate torna-se numa modalidade de luta em que poderosíssimas técnicas são dirigidas ao adversário sem, contudo, pôr em perigo a integridade física deste.
  • De acordo com as características enunciadas, pode ser praticado por crianças e jovens numa perspetiva de formação e desenvolvimento; pelos escalões intermédios com o objetivo da competição ou meramente como arte de movimento e expressão corporal; como exercício de manutenção pelas pessoas de idades mais avançadas, ou ser usado como fisioterapia. Pode ainda ser praticado como arte marcial, na verdadeira acepção da palavra ( forças militares e paramilitares).

Na infância (dos 6 aos 10 anos) e no início da adolescência (dos 11 aos 18 anos), é de extrema importância o correto desenvolvimento somático (esquelético e muscular), devendo procurar-se um perfeito desenvolvimento do indivíduo, evitando qualquer técnica ou exercício que possa comprometer a normal evolução harmoniosa do conjunto.
Deverão estabelecer-se as bases de uma correcta adaptação fisiológica ao exercício, ao mesmo tempo que os alunos se acostumam de forma progressiva a superar a fadiga, aproveitando ao máximo as suas capacidades nessas idades: vivacidade de reflexos, elasticidade, flexibilidade e agilidade.
É também nesta fase que se corrigem ou evitam erros, por vezes, frequentes na infância, como a má coordenação motora ou a falta de atenção, enquanto , no aspeto psíquico, o indivíduo, brincando, vai educando e fortalecendo o seu corpo e estabelecendo as bases da aprendizagem de algumas técnicas que memoriza, lembra e executa de forma lógica e coerente.
Ou seja, trabalha a sua mente em função da memória, coordenação e imaginação para a execução dos katas e da capacidade decisiva de atuação num dado momento.
No que respeita ao convívio e formação de carácter, as artes marciais permitem a libertação de uma série de inibições e facilitam o trato num ambiente diferente do meio familiar ou académico, além disso, oferece uma normativa ética de comportamento para os seus companheiros e mestre, diferente do habitual.
No final da adolescência, na área física, uma vez finalizado ou a finalizar o desenvolvimento do indivíduo, há que manter a potência, musculação e capacidade de resistência. Pelo contrário, os aspetos psicológicos e comportamentais transcendem as interrogações e dúvidas de toda a ordem que surgem nessa época da vida.
Uma sólida formação e um carácter equilibrado, vão evitar numerosos problemas. Por conseguinte, adquirir nessa período da vida, o mais alto equilíbrio psicológico e físico, dentro de uma linha de comportamento adequada, numa mente habituada à análise dos seus atos e reações, é o melhor que as artes marciais podem conferir aos seus praticantes.
Na juventude (dos 19 aos 35 anos), as artes marciais ajudarão a potenciar a capacidade física: muscular, respiratória e cardíaca, assim como, aperfeiçoar o controle, aproveitando ao máximo essas mesmas capacidades.
É a época da competição, tendo o indivíduo tendência para se medir com os seus iguais. Psicologicamente e, independentemente dos benefícios obtidos até este momento, nesta fase alcança-se o máximo de segurança e confiança nas próprias capacidades.
Existem alguns problemas quando se inicia a prática das artes marciais em adulto (dos 35 anos em diante), principalmente, quando não existem hábitos desportivos, naturalmente, problemas que se prendem não só com aspetos físicos, mas também mentais.
Pelo contrário, os indivíduos adultos, com uma prática regular de artes marciais apresentam tendência para manter a prática do exercício físico e conseguir atrasar, na medida do possível, a ação desgastante dos anos, conservando o seu tónus muscular, agilidade, sentido do equilíbrio e resistência.
Por último, a experiência acumulada nos anos de prática permitirá obter algo mais importante: a aproximação ao conhecimento das suas próprias capacidades, limitações e identidade.

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