sábado, 28 de outubro de 2017

TAI CHI CHUAN – ARTE MARCIAL


Tai Chi Chuan, é uma forma antiga e tradicional chinesa de arte marcial, na qual todos os movimentos (que representam movimentos de combate) se confundem harmoniosamente, ao mesmo tempo, que se coordenam com exercícios de respiração.
É, frequentemente, elogiado como um dos melhores sistemas para a manutenção da saúde.
Deve conceder-se a este estilo o lugar que merece, não só como treino de manutenção da forma, mas também como fonte de relaxamento. É como se um praticante de karaté de tendência japonesa, apenas escolhesse os katas e os praticasse com grande aproveitamento para a manutenção da forma, flexibilidade, sentido do ritmo, prazer no movimento, etc., sem intenção de participar em provas competitivas ou praticar exercícios de combate com um parceiro.
Referenciado desde os primeiros textos conhecidos e atribuídos com frequência a personagens míticas, como o “imortal” Zhang San Feng, que viveu durante a dinastia Ming (século XIV a XVII) considerado como o criador do Tai Chi Chuan.
Zang San Feng
Iang Lu Chan (1799-1872) foi, efetivamente, o mais célebre mestre de Tai chi Chuan do seu tempo. Apesar de desafiado inúmeras vezes, ninguém o conseguiu derrotar. Na China, diz-se que os mestres como ele alcançaram um nível em que o seu chi, ( sua energia interna), é de tal maneira poderosa, que torna os respetivos corpos invulneráveis e maleáveis como o algodão, ou seja, inatingível. Mas, por outro lado, quando eles nos tocam, sentimos a força de uma montanha e ficamos tolhidos, como se tivéssemos recebido uma descarga de uma corrente de alta tensão.
Iang Lu Chan
Ying e Yang, os dois singmóides que juntos representam o Tai-Chi, a dualidade do Universo, demonstram que nada é perfeito. O mais branco contém um pouco de negro e o mais perfeito negro contém um pouco de branco.
A perfeição é o resultado do conjunto de dualidades. O bom ou os bons, só é bom ou são bons, porque existem o mal e os maus.


sexta-feira, 20 de outubro de 2017

NINJUTSU – A ARTE DOS NINJA

Ninjutsu é a arte dos ninjas, “a arte das sombras”.
Estes homens eram a antítese viva do Bushido. A sua arte evoluiu de maneira e em direção contrária às normas estabelecidas pelos guerreiros Samurais e pelo seu código de honra.
O Samurai possuía um nome, uma família e um código de honra a respeitar, manter e divulgar.
O ninja não tinha nome a proteger , a sua missão era executar o trabalho encomendado. Era especialmente treinado para a espionagem e o assassinato, o que corresponde a uma arte criada no final do período de Heian (794-1185) nas montanhas dos arredores de Kyoto.
Estes homens de classe social muito baixa, foram utilizados pelos Daimyo (chefes do clã e da província), sobretudo, a partir do século XV, para assassinar os seus inimigos e penetrar nas respetivas fortalezas.
A lenda conta que os ninjas eram possuidores de capacidades sobre-humanas, tais como, tornarem-se invisíveis ou andarem pelo teto. É evidente que não tinham essas capacidades, mas esses homens, desde a sua infância seguiam um treino específico (existiam poucas famílias especializadas nessa arte), eram capazes de grandes proezas acrobáticas, com um assombroso controlo da respiração e do sistema muscular.
Podiam realizar façanhas tais como, permanecer longo tempo debaixo de água, simularem-se mortos face aos seus oponentes, mediante o controlo da respiração, e, inclusivamente, deslocar determinadas articulações do seu corpo para escapar dos nós ou correias com que os atassem ao serem capturados.
O Ninja era um consumado ator, um verdadeiro mestre em disfarces. Um dia, podia vestir-se de monge, e, no seguinte, aparecer de carpinteiro ou soldado. Devido às suas constantes mudanças de localização, o guerreiro Ninja chegava a adotar completamente, os costumes, o dialeto e tipo de vida dos habitantes do lugar onde se encontrasse.
Quando era enviado numa missão, a primeira coisa que fazia era o estudo minucioso do terreno, de maneira a saber a sua localização exata em qualquer momento, identificando os lugares para se esconder e as ruas mais convenientes para escapar.
Eram peritos na escalada de muros, na natação silenciosa, desenvolvendo uma habilidade espantosa para se camuflarem no terreno e desaparecer, perante os adversários.
Recorriam a instrumentos especiais, como o Shuko, uma espécie de luvas providas de garras em ferro, utilizada para escalar paredes ou como arma nas lutas corpo a corpo; flutuadores que os ajudavam a transpor os rios; punhais, correntes, cordas, Sai, Katanas, arcos curtos de flechas com setas envenenadas, armas de arremesso como o Shuriken (com diferentes formas, de 5 a 10 cm de diâmetro, alguns untados com veneno, passíveis de provocar feridas graves); Tetsubishi, uma arma de quatro ou seis pontas, utilizada para proteger a retirada e que, ao ser atirada para o chão, ficava sempre com as pontas para cima, cravando-se nos pés dos perseguidores; etc.
Eram peritos em todo o tipo de armas , conheciam o uso de venenos, de vários produtos químicos, sendo também peritos em técnicas psicológicas.
Para certas missões noturnas, vestiam um traje totalmente negro, (shozoku) que os ajudavam a passarem despercebidos, transformando-os em sombras da noite.
Durante o Inverno e devido à neve, mudavam o fato para um de cor branco, a fim de se identificarem ainda mais com a natureza e não serem vistos. Para as suas missões de espionagem, utilizavam os mais diversos disfarces de forma a manterem-se incógnitos.
Havia três classes de ninjas: os que mandavam executar a ação pedida por um particular (Jonim), os que a preparavam (Chunin) e os que a executavam (Genin).
Inspiravam tanto medo às populações (medo que eles próprios fomentavam) que, quando um ninja era capturado (feito bastante raro), eram-lhe infligidas terríveis torturas: eram queimados vivos ou arrancavam-lhes a pele até morrerem, na tentativa de descobrir os seus segredos.
O verdadeiro Ninja chegava a suicidar-se, evitando ser apanhado vivo. Curiosamente, as missões mais complicadas e difíceis eram aceites tanto pelo desafio como pelo dinheiro.
Oda Nobunaga, que desejava unificar os clãs, tentou eliminar as famílias ninja, enviando uma tropa com quarenta e seis mil homens, contra quatro mil membros dessas famílias. Muitos ninjas foram mortos , presos e torturados, os que puderam escapar à matança, refugiaram-se nas montanhas com os habitantes do campo.
No século XVII, mencionar o nome Ninja, podia significar a morte como castigo. Devido à nova lei, apenas um pequeno grupo continuou a praticar a Arte, então mais secreta do que nunca, chegando o Ninjutsu quase à extinção.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

A BELEZA DO DESPORTO - KARATÉ E OS SEUS VALORES


A beleza de qualquer desporto, reside na imensidão dos princípios fundamentais que se adquirem , na riqueza espiritual e física que eles nos transmitem.
 Mente, corpo e natureza formam um todo indivisível.
O karaté oferece valores que vão além da atividade física. Nesta arte marcial, é certo que, ao longo dos anos, a velocidade e os reflexos vão diminuindo, mas a constante prática, permite ao praticante antecipar-se às situações, ao mesmo tempo que, adquire o sentido exato da resposta.
 Apesar da idade, alguns atletas dão mostras de flexibilidade, resistência ou força, que permitem um trabalho positivo e um progresso constante, ainda que, contando com algumas limitações. Simultaneamente, a idade, contribui para uma apreciação mais exata do "do", que está para além do mero exercício, o que motiva a prática assídua do karaté.
O karaté é uma atividade desportiva que permite, ao mesmo tempo, a formação da personalidade, sendo uma perfeita simbiose de arte guerreira, entendimento filosófico e uma melhor realização do indivíduo, bem como, o aperfeiçoamento físico e uma maior capacidade de controlo sobre o próprio carácter. Além disso, contribui, para a revitalização pessoal, através do melhoramento dos reflexos e das faculdades físicas e psíquicas. Alia uma satisfação física e mental a uma total libertação dos problemas quotidianos
Dominar-se a si próprio, aos seus músculos e ao seu espírito, é, de certo modo, vencer o domínio da agressividade, que todos temos em nós próprios. Dominar-se a si próprio, é ter o espírito “como a água” e “como a lua”, como dizem os japoneses na sua linguagem cheia de imagens.
Ter o espírito “como a água” é dispor de uma calma, de uma serenidade, comparáveis à água que dorme. É difícil suspeitar de qualquer intenção de ataque num combatente tão calmo. Além disso, a água que dorme, pode desempenhar, desta vez, no espírito japonês, o papel de um espelho que reflete as intenções do adversário.
A lua, para os japoneses, simboliza a luz, que permite iluminar o adversário de forma uniforme, ou seja, sem deixar zonas de sombras, nem criar zonas de interesse especial. O ataque do adversário pode vir de qualquer ponto. É por isso, que os mestres recomendam que se fixe o adversário, não nos olhos, o que lhe permitiria a ele olhar da mesma maneira, mas ao nível da raiz do nariz.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

O SAKE - BEBIDA TRADICIONAL DO JAPÃO


O sake é uma espécie de aguardente, proveniente da fermentação do arroz e purificada por filtração. Pode beber-se, quente ou frio, em taças ou em pequenos copos, como acompanhamento de uma refeição japonesa.
Pode, ainda, utilizar-se na cozinha para perfumar certos pratos, temperar algumas carnes ou verduras.
Existe, também, uma outra bebida japonesa, obtida do arroz, chamada Mirin. É um vinho de arroz açucarado, com pouco álcool. Utiliza-se fervido, para adoçar alguns pratos, na cozinha japonesa.
Sake, o famoso vinho de arroz, faz parte da história do Japão tal como o Karaté, o Sumo ou o Samurai.
Há três séculos atrás, o primeiro sake foi designado kuchikami.
Nessa época, o arroz e restantes ingredientes eram mastigados pelos habitantes de toda a aldeia, sendo colocada a massa daí oriunda, numa tina a fermentar. Nos dias de hoje, após a descoberta das leveduras, o teor de álcool subiu, os métodos de fabrico são substancialmente diferentes, mais higiénicos.
Garrafa japonesa de Sake - 1740
A Segunda Guerra Mundial também alterou a receita. Com a escassez de arroz, os fabricantes desta bebida foram forçados a desenvolver novos métodos para aumentar os seus rendimentos.
Através de decreto do governo, foram adicionados álcool puro e glicose a pequenas quantidades de arroz triturado, conseguindo obter, assim, maior quantidade de sake.
Atualmente, 95% desta bebida, é fabricada através dessa técnica, dizendo os conhecedores que o melhor sake é feito só com arroz, arroz de koji e água.

O masu, ou copo de sake, é um vasilhame tradicional, mas é evitado pelos puristas pois a madeira afeta o sabor do sake. Em alguns dos mais tradicionais restaurantes japoneses, como mostra de generosidade, a pessoa que serve pode pôr um copo dentro do masu (ou pôr o masu dentro de um pires) e encher até que o sake transborde e derrame no vasilhame secundário.

A água

O arroz

Estas duas pinturas simbolizam os dois ingredientes fundamentais na preparação do sake