sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

O DOJO


O Dojo [道場], Do [道], que significa “caminho” e Jo [場], que significa “um lugar”, é o “lugar do caminho” ou “lugar da iluminação” – é a sala usada para o treino das Artes Marciais.
O Dojo (pronuncia-se DÔ-JÔ). Muito mais do que uma simples área, deve ser respeitado como se fosse a casa dos praticantes. Por isso, é comum ver o praticante fazer uma reverência antes de entrar e á saída , tal como se faz nos lares japoneses.

"Se um homem não demonstra seu valor no Tatami, ninguém é capaz de percebê-la no campo de batalha." 
Yamamoto Tsunetomo, Hagakure
Em 1897, quando a kodokan estava instalada em Shimotomizaka, possuindo uma área de 207 tatami, o governo japonês funda uma escola nacional, que congregaria todas as artes marciais, a butokukai.
Os maiores e mais tradicionais Dojos modernos das Artes Marciais do Japão estão no Kodokan criado em Tóquio, Japão, por Jigoro Kano, em 1882, e o Dai Nippon Butoku Kai , Grande Sociedade das Artes Marciais do Japão, criada em 1895, em Kyoto, no Japão, sob a autoridade do Ministério da Educação. O objetivo deste último foi o de padronizar as Artes Marciais de todo o país. Foi a primeira organização oficial de Artes Marciais sancionada pelo governo do Japão.
A prática das Artes Marciais é realizada num Tatami (畳), que significava originariamente “dobrado e empilhado”. O Tatami tradicional é feito de palha de arroz prensada revestida com esteira de junco e com uma faixa preta lateral. No Japão, eram originalmente um item de luxo quando a maioria das pessoas viviam em locais de chão terreo.
O Tatami não tem a dureza do chão liso, por isso protege o karateca quando este cai durante a competição, em consequência de técnicas de projecção. Os dojos ocidentais mais modernos, utilizam tatami de matérias plásticas.
Cada Dojo tem as suas peculiaridades sobre etiquetas e protocolos, mas alguns são fundamentais:
Ao entrar e ao sair do Dojo, fazer saudação. Á entrada, representa o sentimento de solicitação da aprendizagem e de humildade. Á saída, representa o sentimento de gratidão.
Ao início e ao término da prática de um bunkai ou kumite, os participantes fazem uma saudação aos parceiros de treino. 
Quando o Sensei estiver a dar orientações mais extensas, deve-se permanecer em Seizam (ajoelhado) e após o término, agradecer com uma reverência. Permanecer nessa posição denota humildade para receber os ensinamentos.
O Dojo é um lugar especial que deve ser considerado como um templo. Não é simplesmente um local de treinos, refere-se a algo mais sublime que deve merecer todo o nosso respeito.
O nome foi adotado da religião budista, onde os monges procuravam a iluminação através da meditação, concentração e respiração. Por este motivo, deve-se guardar respeito, não conversar sem que seja solicitado pelo Sensei, utilizar-se boas maneiras evitando piadas ou palavras menos próprias, não cruzar os braços ou pernas, arregaçar mangas ou apoiar as costas nas paredes.

O Karaté é uma arte e uma filosofia de vida


sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

MANEKI NEKO – Escultura que representa um gato


O Maneki Neko não é uma raça ou um ser vivo, mas sim, uma escultura, normalmente feita de cerâmica, que representa um gato. Para os japoneses é um símbolo da sorte e do dinheiro.


O gato, normalmente, tem uma pata levantada e outra a acenar, podemos vê-lo frequentemente em estabelecimentos comerciais, templos, restaurantes, e á entrada da maioria dos lares japoneses, significando as boas-vindas ao convidado ou cliente.


Não se sabe ao certo a origem, mas acredita-se que foi em Tóquio, outros acreditam que tenha sido em Kyoto, mas sabe-se que o primeiro Maneki  é do final do período Edo, aparentemente  eram muito populares, por aparecem em vários artigos e folhetos da época.


Existe uma lenda japonesa que diz que um gato a lavar o focinho  significa que novos clientes irão chegar, mas se pesquisarmos os proverbios chineses iremos deparar  com um , que diz que um gato a lavar o focinho, significa que irá chover.


Quase todos os Maneki usam uma coleira vermelha com um sino pendurado, dizem ser uma lembrança dos costumes do período Edo (1603-1867) quando o gato era um animal de estimação muito caro. As damas da corte colocavam coleiras vermelhas nos seus gatos de estimação, feitas dos tecidos mais luxuosos da época e pequenos sinos, usados com o propósito de os localizar.




Características do gato Maneki Neko:

Alguns são elétricos e a pata mexe lentamente.

O Maneki apresenta diversas cores, as mais comuns é o branco, preto, ouro e vermelho.

Pode ser encontrado de diversas formas, porta chaves, cofres, purificadores de ar, vasos para plantas, entre muitos outros objectos.

A pata direita levantada atrai dinheiro e a esquerda levantada atrai clientes.

Alguns podem confundir o gesto do Maneki, mas na verdade, ele está a tentar atrair a atenção, e não somente a acenar.

A composição dos Maneki Neko mais antigos, podem ser de madeira esculpida ou pedras, porcelana ou ferro fundido, os mais caros podem ser feitos de Jade e até mesmo de Ouro.


Cada cor dos Maneki tem um significado especial:

Branco: sorte, pureza e felicidade
Preto: proteção contra doenças, afasta maus espíritos
Rosa; sorte no amor, bons relacionamentos
Dourado: riqueza e prosperidade  
Prateado: saúde e longevidade
Verde: sorte nos estudo
Amarelo: boas amizades e relacionamentos
Azul: realização dos sonhos
Vermelho: proteção contra o mau e doenças

Tricolor: muita sorte


domingo, 14 de janeiro de 2018

DEFESA PESSOAL


A defesa pessoal dispõe de regras de treino, mas nada se encontra estabelecido para casos de perigo real, quer se seja ou não, praticante de Artes Marciais.
Por esta razão, o agredido, deverá pôr todos os trunfos do seu lado e procurar tirar o máximo proveito dos meios ao seu dispor.

Um lenço atirado à cara do agressor, desconcertá-lo-á momentaneamente, fá-lo-á perder um tempo que será precioso para a defesa.

Um punhado de terra ou areia, uma carteira, um porta chaves, um isqueiro, terão a mesma utilidade.

Aproveitar uma parede, um automóvel estacionado, um poste, para a eles se encostar e evitar ataques pela retaguarda.

O uso de sapatos de salto alto, calças estreitas, jeans apertados, dificultarão os ataques com os pés e joelhos, impedirão movimentos rápidos.

Um guarda chuva, ainda que desdobrável, é uma arma temível. Um impermeável ou blusão enrolados no antebraço, protegerão de golpes violentos. Um jornal ou revista dobrados, transformar-se-ão em eficientes matracas. Uma malinha de mão torna a mulher mais elegante, e quando utilizada em movimentos rotativos, pode tornar-se um eficiente meio de defesa.
Numa época de grandes conflitos sociais, a violência gerada por injustiças, racismo, desemprego, droga, violação, roubo, intolerância dos homens e o ritmo alucinante do dia-a-dia, exigem, infelizmente, uma atenção cuidadosa e redobrada sobre como preservar, em primeiro lugar, a nossa integridade física e, depois, se possível, os haveres.
É bom que estejamos preparados para qualquer eventualidade, pois mesmo que atacados por um ladrão ou rufia, uma vez na vida, poderemos não ter segunda oportunidade de demonstrar o que aprendemos no Dojo. Nestas circunstâncias, o fator espírito e o desprendimento total pelas consequências é fundamental. Só podemos ser realmente nós mesmo, se não agirmos inibidos pelas convenções e ao mesmo tempo, “não termos nada a perder”.


Existem inúmeras formas e técnicas de defesa pessoal que podem e devem ser usadas em caso de perigo extremo. Quando não nos reste outra solução, há que utilizar todos os nossos conhecimentos técnicos, força física e mental, salvaguardando, assim, muitas vezes, o que nos é mais precioso, a própria vida. Numa situação de ataque, com vários agressores, em luta real de vida ou de morte, a técnica de combate deverá ser baseada sempre na imediata mobilidade após os contra-ataques, impondo um ritmo de ataque, sempre ao indivíduo mais próximo, após a ação empreendida.
A um ataque simultâneo de envolvimento, devemos, esquivar-nos no último instante, o que exige um sangue frio a toda a prova.
Quando se procede a qualquer ataque neste tipo de luta de vida ou de morte, deve-se fazê-lo de maneira a colocar o adversário em situação de desfalecimento ou desmaio e, se as circunstâncias forem ao nível de armas de fogo, poder-se-á atacar, eventualmente, os pontos vitais.
A título de exemplo, e de acordo com as imagens , temos uma situação de um abraço com prisão de braços, para a qual são sugeridas duas soluções.
São várias as formas possíveis de resolver esta situação, mas independentemente da opção tomada, ela deve ser firme, a mente e corpo devem fundir-se com o objetivo urgente de preservar a vida, os haveres ou simplesmente, ajudar alguém ao nosso lado. Libertar-se e conseguir a neutralização do agressor é, na verdade, o grande objetivo.
Sem que isso possa limitar a nossa capacidade de atuação, antes pelo contrário, é imprescindível avaliar situações em que o risco de insucesso é quase completo. Numa situação em que existe uma ameaça com pistola, a uma distância fora do nosso raio de ação, há que aguardar ou criar o momento certo de atuar.



Situação de um abraço com prisão de braços

Esquiva à retaguarda, fletindo sobre a perna esquerda e afastando os braços com os punhos fechados. Ataque com o joelho direito ao baixo-ventre do agressor.

Pousar a perna direita dando um grande passo à retaguarda, rodar sobre a perna esquerda e alívio do braço por rotação do corpo, passando o braço esquerdo sob o braço direito do agressor para deixar cair de novo o braço esquerdo sobre o cotovelo do agressor.

Esquiva à retaguarda, por ligeiro abaixamento do corpo e recuo das nádegas. Ataque com as duas mãos ao baixo ventre.

Alívio, afastando os braços e rodando sobre a perna esquerda 180º para a esquerda. Passar o braço direito pelo exterior do braço esquerdo do agressor e golpear a cara com a palma da mão direita, bem aberta, agarrando o agressor pelos cabelos. Simultaneamente, o braço esquerdo passa sob o braço direito do agressor e agarra o ombro direito.


Acentuar a rotação do corpo e projetar o adversário, tocando-lhe o corpo com o quadril direito e continuando a ação rotativa dos braços. Imobilização do punho, segurando com a mão esquerda o punho direito e, voltando-lhe a palma desta mão para cima, empurrando-lhe os dedos para baixo.

Há quatro pontos fundamentais no combate contra vários atacantes:

1º Mudar constantemente de posição durante as esquivas.
2º Executar ataques de violência extrema.
3º Impor o ritmo do combate e atacar sem cessar.
4º Concentrar-se com os membros em completa tensão.

Breves conselhos que deverão ser tidos em conta:
Ofereça ao agressor a menor superfície possível do seu corpo.
Adote uma posição de “em guarda” muito fechada.
Mantenha o auto-domínio, controlando sempre a respiração.
Recorra a movimentos de defesa comuns, baseados em gestos instintivos.
Faça ataques precisos e secos.
Quando em presença de vários agressores, procure voltar as costas a uma parede, automóvel, vedação, salvaguardando-se de ataques pelas costas.
Atente mais na forma e direção do ataque, do que na arma utilizada pelo agressor.
Mantenha-se a primazia da situação a todo o momento.
Se o final do combate, for desfavorável e não consegue, de forma nenhuma, afastar-se do agressor ou agressores, grite por socorro. O empenhamento e o conhecimento de técnicas de defesa e ataque, não tornam o indivíduo invulnerável ou invencível.


segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

O 1º DE JANEIRO NO JAPÃO

O dia 1 de Janeiro é o maior feriado do ano no Japão. É nesse dia que as famílias se reúnem para um lauto banquete. O feriado está associada com alimentos, decorações festivas, rituais, passatempos e eventos que dão ao dia muito sabor e charme.
O Ano novo no Japão é conhecido como Oshougatsu e é comemorado do dia 1 ao dia 3 de janeiro, embora algumas tradições se estendam até final de janeiro.
A ideia por trás de muitas superstições  do Ano Novo japonês é começar o novo ano com o pé direito. Acredita-se que a primeira refeição, sonho e ação do ano têm um significado. Vamos examinar algumas dessas tradições e a forma como os japoneses celebram o primeiro dia do ano novo.

Tradições religiosas no ano novo no Japão

Hatsumode – santuário xintoísta ou templo budista, é visita obrigatória durante o ano novo para fazer uma breve oração no altar do santuário. A primeira visita do ano é conhecido como hatsumode.
Muitos santuários e templos acendem fogueiras grandes ou pequenas para aquecer as multidões que estão á espera do hatsumode. Incensos são queimados em casa ou em santuários no Ano Novo. O fumo do incenso é considerado uma purificação.

Tocar o sino – Alguns templos budistas no Japão tocam o sino 108 vezes a meia-noite para representar os 108 pecados humanos do budismo Simboliza a purificação dos pecados.

Ema – São placas de oração que estão relacionadas com uma velha tradição de doar cavalos aos santuários. É popular escrever os desejos para o próximo ano numa ema e deixá-lo pendurado no santuário.
Hamaya – Significa “Demónio destruindo flecha” são decorações com origens samurais que são vendidas em santuários durante o ano novo. As crianças costumam receber essa decoração em forma de flecha.
Omikuji – São sortes aleatórias escritas em tiras de papel nos templos xintoístas e budistas no Japão. É muito comum durante o ano novo os japoneses tirarem a sua sorte.
Dondo Yaki – Os japoneses adquirem amuletos e objetos da sorte durante o ano novo. Existe uma fogueira onde eles podem deitar os objetos antigos para queimar, deita-los no lixo significa má sorte.
Omamori – São amuletos da sorte em brocado de seda que têm pequenas folhas de papel ou madeira no interior com orações escritas sobre eles. Existem milhares de Omamori diferente, para o amor, condução no transito, gravidez e etc.
Hatsuhinode – 初日の出 – No dia 1 de Janeiro, os japoneses costumam levantar-se cedo para assistir ao primeiro amanhecer do ano.

Oniyouzu – Durante o ano novo japoneses costumam soltar papagaios de papel. No passado, soltavam papagaios conhecidas como Oniyouzu na forma de demónios japoneses, como forma simbólica de se livrar do mal. Hoje a maioria solta papagaios normais.
Otoshidama – É habitual para os pais, avós, tias e tios dar às crianças dinheiro em envelopes especiais no Ano Novo.
Nengajo – São cartões postais de ano novo. Todo ano o Japão envia mais de 3 bilhões de cartão postal que chegam exatamente no dia 1º de janeiro.

Jogos antigos – Durante o ano novo japonês, diversos jogos antigos e tradicionais são jogados. As crianças são ensinadas pelos avós a jogar jogos antigos como Karuta. Inclusive em Kyoto existe um campeonato onde os participantes vestem-se com o kimono.
Osechi Ryori – Há pelo menos 50 pratos associados ao Ano Novo japoneses que são conhecidos coletivamente como Osechi Ryori. Cada prato tem o seu próprio significado simbólico para a saúde, longevidade, felicidade e sucesso. Cozinhar Osechi Ryori é uma tarefa difícil, porque é comum ter 30 ou mais variedades de alimentos para a refeição de Ano Novo.

Toshikoshi Soba – É tradição na véspera de Ano Novo comer uma tigela de macarrão de trigo sarraceno conhecido como Toshikoshi Soba pouco antes da meia-noite. A forma longa do macarrão representa a passagem de um ano para o outro.
O Ano novo é uma das épocas mais agitadas no Japão, onde milhares de pessoas viajam. Há diversas outras tradições e acontecimentos durante o ano novo como a saudação do imperador. Nalguns lugares pode notar-se a largada de fogos, ou balões. São inúmeras tradições que duram até o dia 15 de janeiro ou mais.