“A
teia de aranha é feita de fios de seda delicados e basta um sopro para a
destruir. No entanto, para a aranha, é um refúgio seguro.
Mas,
para mim, é apenas uma teia de aranha.
Quando
o vento sopra, a pena flutua à sua passagem... A pena, muito mais fraca que o
vento, tem de se lhe submeter.
Será
esse o destino dos homens, mestre? Há os fortes...os fracos...
Ainda não percebeste. O que é mais forte? Estas tábuas de
madeira ou o teu braço?
As
tábuas. Desfere um golpe contra elas, usando o teu braço como arma. Embora
ofereçam resistência, cederão.
Pode,
então, o mais fraco tornar-se o mais forte? Encara a vida como um rio. O homem
que se deixa levar, tem o caminho facilitado. Mas, o mesmo homem, se luta
contra a corrente, ficará exausto. Para se ser um uno com o Universo, é preciso
que cada qual descubra o seu caminho e o siga.”
“Um certo senhor, que estudava Zen com Bankei, era jovem e apreciador de artes marciais. Um dia, decidiu pôr à prova a coragem do mestre, atacando-o desprevenidamente, com uma lança, quando este estava sentado, sossegado. Mas o mestre Bankei desviou calmamente o golpe com o seu rosário. Depois, disse ao senhor: A tua técnica ainda é imatura; pois a tua mente moveu-se primeiro.”
Por que hesitas?
- Tenho medo, mestre.
- O que é que receias?
- Não sei o que está do outro lado.
- É apenas um corredor que conduz a um local que já não é usado.
- E isso é para recear?
- Está muito escuro, mestre.
- Também não está escuro no teu quarto? E lá, também tens medo? Talvez exista uma razão maior para o teu medo.
- Mestre, antes de vir para cá, um rapaz na praça do mercado falou-me de um corredor da morte. Disse que o lugar guardava os ossos de muitos que lá entravam.
- O que te tenho dito eu? Que a vida é um corredor e a morte apenas a porta.”
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