Originária da China, posteriormente, espalhou-se pela Ásia: Coreia,
Malásia, Birmânia, Índia, Sri Lanka, Laos, Tailândia e Japão. Nestes países, as
sombrinhas de papel desenvolveram-se com diferentes características, de acordo
com a cultura local. A princípio eram confecionadas com tiras finas de
bambu cobertas com pelos de animais, principalmente penas ou sedas, mais tarde
foram substituídas por papel de óleo. Nas sociedades ancestrais, as sombrinhas eram
dadas como dote, a sua forma redonda simbolizava bênçãos,
fertilidade, vida feliz e completa.
Conhecidas no Japão como
“Wagasa”, foram introduzidas no país durante o período Heian (794 –
1185). No entanto, foi durante o período Edo que se popularizou.
Inicialmente, wagasa era um instrumento sagrado usado em cerimoniais budistas.
E, ainda hoje é usado em diferentes ritos religiosos.
No
quotidiano, além de oferecer proteção contra o sol e chuva, também era
considerada item essencial em cerimónias matrimoniais. Prática usual em
casamentos tradicionais, também nos dias atuais. Em ambos os casamentos,
chineses e japoneses, um mestre de honra cobre a noiva com uma grande wagasa em
tom vermelho para afastar maus espíritos.
Coloridos, com diferentes desenhos, as pinturas da superfície do wagasa
incluem principalmente traços da cultura japonesa tradicional, popularidade
ganha do período de Azuchi-Momoyama ao período Edo. Diferentes cores têm
diferentes conotações e simbolismo;
·
Roxo, geralmente usado por
Gueixas,
·
Os roxos são também um símbolo
de longevidade para os idosos,
·
Rosa, cor muito usada por
dançarinos,
·
Verde ou vermelho, usados
principalmente por pessoas de meia idade,
·
Homens e idosos costumam usar
azul escuro,
·
Artistas tendem a escolher preto
·
Enquanto os brancos são usados
em funerais
Com a entrada da sombrinha ocidental no mercado oriental, as wagasas
tiveram a sua utilização mais reduzida. Confecionadas de forma artesanal,
passaram a serem produzidas em apenas algumas regiões como: Kyoto, Gifu, Yodoe
e Tottori.
A produção em Gifu, por exemplo,
começou por volta de 1750. Cada sombrinha de papel passa por mais de uma
centena de procedimentos. Durante o período Shōwa, a produção em Gifu atingiu o
seu apogeu, cerca de quinze milhões por ano. Hoje, são apenas algumas dezenas
de milhares no mesmo período.
Já o estilo tradicional de wagasa em Kyoto é chamada kyōwagasa. Uma
kyowagasa é completamente artesanal, cores e imagens com características
japonesas, e os materiais também são rigorosamente controlados. A
superfície da pele de uma kyowagasa é escovada com óleo de gergelim e amarrado
com delicadas cordas finas. Um artesão experiente normalmente produz dez a
vinte kyowagasa por mês. Tsujikura em Kyoto, é considerada a loja mais
antiga da tradicional sombrinha de papel no Japão.
Atualmente, essas históricas sombrinhas podem frequentemente serem vistos
na cultura japonesa associadas a ocasiões especiais como: cerimónias de
casamentos, festivais, danças tradicionais, cerimónias de chá e, especialmente
como adereços das Gueixas, espalhadas por todo território nipónico.
Hoje, as wagasas tradicionais
são vendidas principalmente como obras de arte ou lembranças. Quem não gostaria
de possuir uma sombrinha que, além da beleza, carrega tanta história? Este é um
dos muitos elementos que conferem verdadeiros encantos à “Terra do Sol
Nascente”.
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