segunda-feira, 1 de maio de 2017

UMA VIAGEM PELO JAPÃO – HISTORIA DA ANTIGUIDADE

O arquipélago japonês começou a ser habitado há mais de cem mil anos, quando ainda fazia parte da massa continental asiática.


Descobertas arqueológicas revelaram que o antigo povo, que habitava o arquipélago na Idade da Pedra Lascada (período paleolítico), vivia principalmente da caça e da colheita.


A idade da Pedra Polida (período neolítico), que data de cerca de dez mil anos atrás, testemunhou a manufatura dos implementos aperfeiçoados de pedra, o desenvolvimento de avançadas técnicas de caça, com o recurso a arco e flechas, a produção de recipientes de cerâmica para cozinhar e armazenar alimentos.


O período da Pedra Polida, vai aproximadamente do Décimo Milénio a.C, ao Terceiro Milénio a.C A , é chamada de período Jomon, em homenagem ao estilo Jômon (marcado com listras) de cerâmica.


A agricultura, principalmente, a plantação de arroz, e as técnicas de trabalho em metal foram introduzidas no continente asiático, por volta de 300 a.C. 


Os habitantes do Japão usavam armas de ferro e ferramentas agrícolas na sua vida diária, para aumentar a produção agrícola. Espadas e espelhos de bronze nos rituais religiosos. 


(Nessa época, a divisão do trabalho aumentou a diferença existente entre as classes governantes e os súbditos, criando muitos estados pequenos pelo país. )


A era que vai de 300 a.C. a 300 d.C. é chamada de período Yayoi, em homenagem à cerâmica torneada produzida nessa época.


Os pequenos estados foram unificados aos poucos e, durante o século IV, a nação foi governada por uma forte autoridade política centralizada em Yamato (hoje, prefeitura de Nara).


O período que vai do século IV ao século VI, viu grandes desenvolvimentos na agricultura, bem como a introdução da cultura chinesa, inclusive, o confucionismo e o budismo, através da Coreia. 

No final do século IV foi estabelecido o contacto entre o Japão e os reinos da Península Coreana. Foram introduzidas no país, pela Coreia, técnicas industriais como a tecelagem, o trabalho em metal, o curtume, a construção de navios, que se desenvolveram originalmente na China, sob a dinastia Han.

Foi adotada a forma de escrita do chinês, baseada em caracteres ideográficos, e com essa base, os japoneses aprenderam os rudimentos de medicina, a utilização do calendário , da astrologia e a filosofia do confucionismo.

O budismo foi introduzido no Japão em 538, vindo da Índia através da China e Coreia. O sistema chinês de governo, proporcionou um modelo com o qual os governantes japoneses montaram o seu próprio sistema.

A primeira capital permanente do país foi estabelecida em Nara, no início do século VIII. A Família Imperial do Japão aí residiu, por mais de setenta anos, de 710 a 784, e aos poucos, estendeu a sua autoridade pelo país.

Até então, a capital, ou a sede do trono, deslocava-se com frequência dentro da região em torno das cidades atuais de Nara, Kyoto e Osaka.

Uma nova capital, cujo modelo foi a capital chinesa da época, foi construída em Kyoto, em 794. Permaneceu como sede do trono por quase mil anos. A transferência da capital para Kyoto marcou o início do início Heian, que continuou até 1192. Foi um dos grandes períodos de desenvolvimento artístico do Japão.


Túmulo com cerca de 500 m de comprimento da metade do século V localizado perto da atual cidade de Osaka, provável sepultura do Imperador Nintoku. 

Os contactos com a China, foram interrompidos por volta do final do século IX, e a civilização japonesa começou a assumir as suas próprias características e formas especiais. 

Foi um processo de assimilação e adaptação, no qual tudo o que foi introduzido do exterior assumiu pouco a pouco um estilo essencialmente japonês.

O exemplo mais típico deste processo foi o desenvolvimento, durante o período Heian, de uma escrita japonesa.

A complexidade da forma chinesa de escrever, levou escritores e sacerdotes a elaborar dois grupos de sistemas silábicos baseados nas formas chinesas.

Em meados do período Heian, esses alfabetos fonéticos, ou kana, como são chamados, foram aperfeiçoados e o seu uso foi bastante ampliado, abrindo caminho para uma literatura de puro estilo japonês, que floresceu substituindo aquela no idioma chinês importado.

A vida na capital caracterizava-se por uma grande elegância e refinamento. Enquanto a corte se entregava à busca das artes e dos prazeres sociais, tornava-se cada vez mais incerta a sua autoridade sobre os clãs marciais das províncias. 

O controlo efetivo do império escapou aos poucos das suas mãos e tornou-se o prémio pelo qual duas famílias militares rivais, os Minamoto e os Taira, ambas descendentes de antigos imperadores, se envolveram num dos conflitos mais celebrados e duros da turbulenta Idade Média do Japão. No final, os Minamoto prevaleceram e aniquilaram o clã rival Taira na épica batalha de Dannoura, no mar interior, em 1185. 



A vitória dos Minamoto marcou o virtual eclipse do trono imperial como fonte de poder político efetivo e o início de sete séculos de regime feudal, sob o comando de uma sucessão de xóguns, ou governantes militares.

Em 1192, Yoritomo, chefe da vitoriosa família Minamoto, estabeleceu o xogunato, ou governo militar, em Kamakura, próximo de Tóquio, assumindo certos poderes administrativos, que antes eram exercidos pelos imperadores em Kyoto.

Em reação contra, o que considerava a decadência de Kyoto na sua devoção às artes da paz, o xogunato em Kamakura encorajou a austeridade e a procura das artes marciais e disciplinas necessárias para restaurar o controle efetivo em todo o país, em especial sobre clãs rebeldes nas províncias mais distantes.

O período Kamakura, como é chamada a era do xogunato de Yoritomo, foi uma era em que prevaleceu o bushido (o comportamento dos samurais, ou cavalheirismo japonês).

Em 1213, o poder real foi transferido dos Minamoto para os Hojo, a família da esposa de Yoritomo; servindo de regentes para o xógum, mantiveram o governo militar em Kamakura, até 1333.


Toyotomi Hideyoshi 

Durante esse período, os mongóis atacaram duas vezes o norte de Kyushu, em 1274 e de novo em 1281. Apesar das armas inferiores, os guerreiros japoneses foram bem sucedidos na defesa do país e impediram que os invasores penetrassem no interior.

Após a destruição da maior parte de sua frota por furacões, que se abateram sobre ambas as tentativas de invasão, as forças mongóis retiraram-se do Japão.

A restauração do governo imperial, que teve vida curta, de 1333 a 1338, foi seguida por um novo governo militar estabelecido pela família Ashikaga em Muromachi, ( Kyoto).

O período Muromachi prolonga-se por mais de dois séculos, de 1338 a 1573. Durante este período, a austera disciplina do bushido encontra expressão na estética e nas atividades religiosas, impõe a sua marca indelével nas artes do país, cuja característica principal, ainda hoje em dia, é um senso clássico de reserva e simplicidade.

Após dois séculos de domínio, o xogunato de Muromachi foi confrontado com um desafio crescente à sua autoridade por parte de clãs rivais noutras partes do país.

Por volta do final do século XVI, o Japão foi dilacerado por guerras civis, em que os chefes das províncias lutaram pela supremacia. Finalmente, a ordem foi restabelecida pelo grande general Toyotomi Hideyoshi, em 1590.

Em 1592 e 1597, Hideyoshi invadiu a Coreia, falhando em ambas as invasões, diante da resistência dos coreanos e chineses. O seu trabalho de pacificação e unificação do Japão foi consolidado por Tokugawa Ieyasu, fundador do xogunato de Tokugawa. Foi durante esse período transitório de guerras civis que foram construídos muitos dos mais famosos castelos do Japão. 


Tokugawa Leyasu 

Após ter-se estabelecido como governante efectivo de todo o Japão, Leyasu fundou o seu xogunato em Edo, como Tóquio era conhecida na época, em 1603. Foi uma virada decisiva na história Japonesa. Leyasu criou o modelo pelo qual foram moldadas todas as facetas da vida da nação, em especial, as instituições políticas e sociais, nos 265 anos seguintes. 

Como meio de preservar a integridade da estrutura político-social que Leyasu construiu, o xogunato Tokugawa tomou a drástica medida de virtualmente, fechar as portas do Japão ao mundo exterior, em 1639. Os primeiros ocidentais, haviam chegado às costas do Japão no século anterior, durante o período Muromachi. Comerciantes portugueses aportaram a uma pequena ilha no sudoeste do Japão e introduziram as armas de fogo no país. Foram seguidos, nos anos posteriores, por missionários jesuítas, comandados por São Francisco Xavier, e por grupos de espanhóis. Comerciantes holandeses e ingleses também se estabeleceram em solo japonês.

A chegada dos europeus exerceu uma profunda influência no Japão. Os missionários converteram muitas pessoas, em particular no sul do Japão. O Xogunato compreendeu que o cristianismo poderia ser um poder potencialmente tão explosivo quanto as armas de fogo que os acompanharam.

No final, o cristianismo foi proscrito e o xogunato Tokugawa impediu a entrada de todos os estrangeiros, à excepção de uns poucos comerciantes holandeses confinados na pequena ilha Dejima, na baía de Nagasaki, alguns chineses que viviam em Nagasaki e ocasionais enviados reais da dinastia Lee, da Coreia. Durante dois séculos e meio, essas pessoas foram o único contacto entre o Japão e o mundo exterior. Foi através dos comerciantes de Dejima que os sábios japoneses puderam adquirir um conhecimento básico sobre a medicina ocidental e outras ciências, durante o longo período de isolamento do país. 

A chegada dos europeus ao Japão 



Sem comentários:

Enviar um comentário