quarta-feira, 27 de junho de 2018

ETIQUETA NO DOJO – REIGI SAHO




ETIQUETA NO DOJO – REIGI SAHO

Reigi Saho (礼儀作法) normalmente traduzido como "forma de conduta", ou "etiqueta". Trata-se da forma do comportamento dentro de um dojo, o que muitas vezes parece estranho aos ocidentais, pois os orientais possuem grande disciplina na forma de realizar cada mínimo gesto do seu dia-a-dia. Dentro de um dojo de artes marciais não é diferente, desde a forma de se entrar até a forma de se comportar dentro desse espaço, o praticante é orientado pelo sensei e/ou seu senpai, são ensinados sobre os gestos, os cumprimentos, a hierarquia, pois a etiqueta e a boa educação fazem parte do que é ser um bom praticante de artes marciais..
Ao entrar pela primeira vez num dojo, seja karate, judô, aikido, kendo etc. O praticante rapidamente percebe que praticamente tudo é falado em nihongo (língua japonesa), o que muitas vezes torna a prática ainda mais desafiadora, pois além de ter de se esforçar para aprender as técnicas marciais os praticantes devem também saber algumas palavras em japonês.  Devem aprender a pronúncia e o momento certo em que devem ser pronunciadas, nesse ponto tanto o sensei quanto os senpai ajudam os kouhai a compreenderem cada uma dessas palavras, contribuindo para o seu crescimento e aprendizagem.
Os cumprimentos
Existem alguns cumprimentos que rotineiramente são prenunciados dentro de um dojo, que são:

Sensei ni rei - cumprimento ao sensei.

Shomen ni rei - cumprimento a frente (kamiza) onde se localiza o kamidana, santuário de origem xintoísta em reverência/agradecimento aos criadores da arte marcial.

Senpai ni rei - cumprimento ao aluno mais graduado que, na falta do sensei assume a responsabilidade de ministrar a aula.

Otagai ni rei - cumprimento mútuo, onde todos se saúdam.
 
Ritsu rei - cumprimento em pé, geralmente executado na base musubi-dachi (pés unidos pelos calcanhares, com as pontas afastadas em forma de "V")

Zarei - cumprimento em seiza (sentado de joelhos).


O papel do sensei
Literalmente aquele que viveu antes. Trata-se da pessoa que durante a sua vida acumulou mais conhecimento na sua área de domínio tornando-o um sensei. No Japão vemos essa palavra sendo direcionada a professores, médicos e doutores. Dentro de um dojo, o sensei é a figura máxima dentro da hierarquia marcial, ele é o responsável por transmitir os conhecimentos adquiridos em anos de prática as novas gerações de praticantes.
O papel do senpai

Literalmente significa companheiro que veio na frente.
Os Senpai são os alunos mais velhos que estão no dojo á mais tempo, são ou pelo menos devem ser o braço direito do sensei, ajudando-o na organização dojo, na orientação dos alunos mais novos (kouhai) e na manutenção das tradições ensinadas.


O papel do kouhai

Significa companheiro que veio depois.
Os kouhai são os alunos mais novos que entram no dojo, os principiantes. Cabe a eles o respeito por quem lhe ensina a arte marcial, a dedicação, o esforço em aprender as técnicas e a filosofia da arte marcial a qual decidiu seguir.
Por isso entramos num ponto crucial, que é a relação entre senpai kouhai. Dentro de um dojo deve haver harmonia no convívio entre essas duas classes de alunos, um deve contribuir para o crescimento do outro. 



quarta-feira, 13 de junho de 2018

O KARATE – KION, KATA, KUMITE


O karate possui diversos estilos que consequentemente, diferem pelas regras, formas técnicas entre outras.
É importante saber que esses diferentes estilos se baseiam em três diferentes áreas.
 

 Kata
Normalmente nesta técnica, o praticante desta arte marcial, consegue praticar os exercícios sozinhos, são movimentos semelhantes a coreografias que fazem com que o aluno enfrente situações, como se estivessem numa luta com inimigos imaginários.
Kumite
É o combate em si. Havendo dois reais adversários lutando, em iguais situações. É considerada uma técnica muito importante, pois promove entre ambos os lutadores, uma grande cumplicidade. Segundo a filosofia do karate, para uma formação completa, o karateca , precisa do kumite, para desenvolver em si, o respeito e ajuda ao próximo.
Kion
As técnicas mais básica do karate, ensinando as formas simples de defesa, ataque e uma postura correta. Faz com que o aluno repita os exercícios diversas vezes, para fixar na sua mente e transformar essas técnicas, em movimentos naturais do corpo.
Os alunos de karate, como estamos acostumados a ver, podem possuir diferentes cores de cintos, para que seja exposto o seu nível atual, e sabermos o que o aluno já aprendeu.
Nas graduações, decide-se em que nível se encontra o aluno e se ele já está preparado para passar para um nível mais elevado. Na última o aluno recebe o cinto preto, o que significa que já está completamente preparado.
As competições do karatê, são divididas em duas modalidades, a primeira, chamada Kata – que já conhecemos – os atletas fazem uma performance que é julgada pelos juízes.
E a segunda é quando os atletas se enfrentam, por um determinado tempo, chegando até cinco minutos. Os pontos variam de acordo com os movimentos e velocidade dos golpes dados nos adversários.
Para concluir é importante voltar a dizer que o verdadeiro objetivo desta arte marcial, é desde o princípio, desenvolver a quem o pratica, a nobreza, perseverança, respeito a si e ao próximo, controle de espírito, de agressividade e o esforço.


quarta-feira, 6 de junho de 2018

ORIGAMI


Pensa-se que o Origami, que é a arte de fazer pequenas esculturas de papel dobrado, tenha nascido junto com a própria matéria-prima que ela utiliza.


Os primeiros registos do surgimento do papel vêm da China, do ano 105 D.C. De lá, monges budistas levaram o método de fabricação do produto para outros países asiáticos, a partir do século VII. Um desses países foi o Japão, onde a técnica do origami, importada junto com o papel, iria se desenvolver. Já no século VIII, as figuras de papel passaram a fazer parte de cerimónias xintoístas, representando divindades adoradas pelos japoneses. Os sacerdotes xintoístas tinham regras rígidas para a arte com papéis, proibindo que as folhas fossem cortadas ou coladas, pois acreditavam que dessa forma honravam os espíritos das árvores que davam vida ao papel. Com o passar dos séculos, essas limitações foram atenuadas com o uso de novas técnicas.


No kirigami, por exemplo, as formas começaram a ser feitas com pequenos pedaços de papel que eram unidos, em vez de usar uma única folha. No kirikomiorigami, a cola podia ser empregada. Até o século XIX, porém, a arte do origami era restrita aos adultos devido ao custo elevado dos papéis.


A  partir de 1876, o origami passou a fazer parte da educação dos japoneses nas escolas. Também foi até ao final do século XIX que surgiram alguns dos formatos  mais famosos , como o pássaro tsuru. Aliás, as representações mais populares são exactamente as de animais, a maioria deles com uma simbologia especial. Nos anos 80, surgiu uma nova técnica: o origami arquitectónico, que cria as figuras em três dimensões, enriquecendo tanto os detalhes que, além de ser uma forma de arte, também é usado por arquitectos para produzir maquetas.






sexta-feira, 1 de junho de 2018

CASAMENTO JAPONÊS

Em todas as sociedades e culturas a formação de uma nova família é um dos momentos mais importantes da vida.
Casamento japonês budista
Variedade é a expressão que mais se aplica aos casamentos modernos japoneses. Independentemente do casal ter-se conhecido ocasionalmente, como é habitual no ocidente, começando o relacionamento por um namoro, ou pela via tradicional do casamento no Japão, arranjado por um nakodo (intermediário), que pode ser um parente, um amigo das famílias ou um agente profissional. A cerimonia de casamento no Japão pode ser tradicional oriental, tradicional ocidental, alternativa, ou a mistura de dois ou até dos três estilos.

No casamento tradicional xintoísta, os noivos e as mães dos noivos usam quimonos de seda próprios para a ocasião. As mães dos noivos usam o mais formal quimono das mulheres casadas, chamado kuro tomesode (manga curta preto), decorado nas pernas com motivos tradicionais que representam votos de felicidade aos noivos e brasões da família nas costas, ombros e mangas, fechado com uma faixa de brocado dourado. O noivo usa um quimono haori-hakama, réplica exata dos quimonos formais usados pelos samurais no século XIX.
Casamento japonês xintoista
A noiva usa um quimono branco de seda adamascada e cauda ( shiromuku), com um penteado formal tradicional com oito enfeites diferentes ( bunkin takashimada), e com um lenço engomado sobre a cabeça. O lenço é um tsunokakushi, significa “ocultador de chifres”, que no Japão representa a ira do ciúme. O quimono da noiva remonta ao tempo dos samurais, quando a poligamia era permitida e as esposas tinham que tolerar outras esposas e amantes dos seus maridos. A cor branca era a cor do luto no Japão antigo e as noivas usavam o shiromuku para representar o seu falecimento para a sua família de origem uma vez que ela passaria a integrar o clã do seu marido, e demonstrar a pureza dos seus sentimentos ao entrar para uma nova família. Encaixada na gola do quimono a noiva usa uma carteira de seda chamada hakoseko, que representa fortuna no casamento, e uma bainha de seda para uma faca chamada kaiken, símbolo de fidelidade que vem do antigo costume que as esposas dos samurai tinham de usar um punhal para se defender a si e sua família, ou para cometer suicídio para não cair nas mãos do inimigo. Sobre o shiromuku a noiva veste um rico e colorido uchikake, um sobretudo de seda bordado que representa a alegria vindoura na sua nova vida de casada.
shiromuku
Após a cerimónia religiosa os noivos oferecem um banquete aos familiares e convidados. Variadas trocas de roupas durante um casamento, são considerados símbolos de status e de boa sorte, e embora tais trocas não sejam obrigatórias muitos casais optam pelo complexo procedimento de vestir-se com quimonos e com vestido de noiva e fraque à ocidental e realizar mais uma cerimonia, desta vez cristã, embora raramente os noivos sejam cristãos. Familiares e convidados presenteiam os noivos com quantias em dinheiro, que são entregues em envelopes decorados para a ocasião.