sexta-feira, 29 de setembro de 2017

BREVES CONSELHOS SOBRE A PRÁTICA DO KARATE-DO


Nunca tenha pressa em alcançar os seus objetivos.

Não há idade limite para aprender o Karaté-do. O ideal seria, obviamente, começar em criança e continuar por toda a vida. Uma súbita perda de entusiasmo é um dos maiores perigos que pode acontecer a qualquer Karateka. Há casos, que no início da sua carreira, treinam intensivamente e com extraordinário zelo, mas, volvido algum tempo, perdem o entusiasmo.
O treino em Karaté deve ser continuado e progressivo, de forma a evitar o desinteresse que possa surgir em torno de qualquer dificuldade momentânea. Treinar demasiado e sem método é, no caso de um principiante, um perigo para a saúde, dado que o seu corpo não está ainda adaptado ao esforço de um treino de karaté. O treino deve ser gradual e metódico, de forma que o número de exercícios, bem como a força a aplicar, seja corretamente doseada.
Progrida equilibradamente avançando passo a passo.

Um longo documento com formulas mágicas e secretas, iria mais ao encontro da avidez desmedida e extemporânea dos curiosos. Na verdade, a progressão da aprendizagem da-se, na simbiose resultante dos conhecimentos ministrados e da prática intensa dos mesmos.
Através de uma compreensão sentida, o conhecimento teórico e prático adquiridos, quando assimilados, tornam-se parte integrante da personalidade do homem.

Fique atento aos ensinamentos do Mestre, treine as técnicas, estude os katas, pense no kumite que executa, leia bons livros, assista ou participe nas diversas manifestações desportivas que são colocadas ao seu dispor, compreenda as 5 máximas do Karate-Do e, sobretudo, nunca falte a um treino. Assim, sentirá o verdadeiro espírito subjacente ao karaté.

domingo, 24 de setembro de 2017

ONSEN - FONTES VULCÂNICAS NATURAIS NO JAPÃO

Onsen (温泉) são fontes termais vulcânicas naturais, que possuem águas ricas em minerais, com temperaturas nunca inferiores a 25º. Ajudam a relaxar, trazendo alguns benefícios para a saúde, permitindo tomar banho ao ar livre, numa soberba e tranquila paisagem, muitas vezes coberta de neve. É provável que existam mais de três mil fontes termais naturais em todo o Japão.


Originalmente as Fontes termais eram mistas. Atualmente, cerca de 90% dos Onsen, têm banhos separados para homens e para mulheres.
O banho japonês segue um cerimonial rigoroso: na sala grande, os utentes sentam-se nus, de cara para a parede, lavando-se com a ajuda de um chuveiro de mão, sabão e trapos, numa palangana (bacia, baixa e larga). Só depois passam às piscinas de águas carregadas de minerais benéficos.

Quem toma banho nestas águas pela primeira vez, tem a dolorosa sensação de queimadura no corpo. Os japoneses estão acostumados a resistir quase até ao ponto de ebulição.
O banho é um lugar de confraternização, tendo as termas, por isso, salas de chá, de convívio e outras, onde é possível relaxar-se com os amigos, retemperando forças para um novo período de trabalho.


sábado, 16 de setembro de 2017

HIROSHIMA E NAGASAKI – AGOSTO 1945


Hiroshima é uma cidade do Japão situada na ilha de Hondo. A cidade, construída sobre sete ilhas, formada pelos braços do rio Ota. Tinha, no início da 2ª Guerra Mundial, quatrocentos mil habitantes. Depois da destruição provocada pela explosão da 1ª bomba atómica, foi rápida a reconstrução, mantendo hoje a sua importância comercial e industrial ( produção de veículos automóveis e equipamentos industriais).
Aquando da descoberta desta nova arma atómica, os físicos concluíram ser possível a libertação de uma quantidade de energia , mais de dois milhões de vezes superior à que se produz numa reação química vulgar.
1945 - Hiroshima - Bomba Little_boy
No dia 6 de Agosto de 1945, ás 8h15, uma só bomba atómica, foi lançada sobre Hiroshima, tendo produzido destruições equivalentes às que poderiam ser originadas por mais de mil bombas clássicas, das mais potentes.
A temperatura no ponto da explosão atingiu vários milhares de graus Fahrenheit originando intensos raios de calor; rajadas de vento que atingiram mais de 1.300 pés por segundo e radiações mortais, que devastaram a cidade.
Tudo o que se encontrava a 1,25 milhas do epicentro foi destruído e a cidade ficou reduzida a cinzas.
1945 - Nagasaki - Bomba Fat_man
Três dias mais tarde, uma bomba atómica de plutónio, foi largada sobre Nagasaki. Nos meses seguintes, morreram cento e quarenta mil pessoas em Hiroshina e setenta mil em Nagasaki.
Hiroshina
Nagasaki
Hoje, muitas pessoas sofrem ainda os efeitos das radiações.

- Efeitos genéticos posteriores
- Exposição dos fetos no útero
- Cancro
- Leucemia
O bombardeamento das cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki pode ser considerado o maior atentado terrorista da história da humanidade, já que o objetivo do governo e do exército dos Estados Unidos, era aterrorizar a população japonesa e, assim, por fim à segunda guerra mundial.
O uso das bombas fez com que o Japão se rendesse em 14 de agosto de 1945. No dia seguinte, a declaração de rendição, na voz do Imperador Hirohito, foi transmitida pela rádio para todo o Japão.

Património da Humanidade da UNESCO
O Memorial da Paz de Hiroshima, uma das únicas construções que resistiram ao bombardeamento nuclear de 1945

sábado, 9 de setembro de 2017

OS AINUS - Ancestrais Caucasianos "Fundadores do Japão"

Nas distantes ilhas japonesas habita ainda hoje um povo cujas características gerais diferem totalmente da raça nipónica.
Os Ainus (a palavra Ainu significa apenas homem) foram um dos primeiros grupos a habitar o Japão, e os únicos povoadores de Hokkaido , pouco mais de cem anos, antes da chegada dos Japoneses ( a maioria dos japoneses descendentes de uma mistura de povos mongóis, malaios e indonésios).
Tendo ainda uma origem incerta, a sua expressão facial, de corte caucasiano, a sua altura, possuindo mais pelos no rosto e no corpo do que a maior parte dos japoneses e a língua (muito diferente do japonês, do coreano e do manchu, que falam os seus vizinhos), fizeram com que os considerem “uma ilha branca” na outra ponta da Ásia.
A colheita, a caça e a pesca, foram os seus meios de subsistência durante séculos.
No Inverno, os homens caçavam veados, ursos e outros animais.
Na Primavera, as mulheres e as crianças recolhiam amoras, verduras, tubérculos e cogumelos.
Durante o Verão, o mar enchia as redes de peixe e o Outono trazia os salmões que subiam os rios.
Na religião, o salmão, o mocho, a baleia assassina e o urso eram sagrados.
O culto do urso ocupava um lugar central na religião Ainu. Durante o mês de Março, os homens partiam à captura de pequenos ursos. Depois de capturados, uma das mulheres do povoado adotava-os como seus filhos, chegando a amamentá-los. Quando chegavam a adultos, matavam-nos, para que as suas almas levassem a mensagem da fidelidade humana aos deuses da montanha. Depois, toda a comunidade dançava à volta dos cadáveres dos ursos, depositando ofertas e comendo a sua carne.
Desde que o Japão iniciou a colonização da ilha de Hokkaido, os Ainus sofreram uma progressiva decadência. O povo Ainu foi obrigado a adotar nomes japoneses, sendo explorado como mão de obra até ao período Meiji.
Em 1860, a população atingia os quarenta mil indivíduos, situando-se atualmente em pouco mais de metade, fruto do cruzamento de raças, com os colonos nipónicos.
É um povo que se diz amargurado, já que o Japão lhe nega a sua especificidade e os livros de história praticamente os ignoram.
Várias associações Ainu lutam para que o governo os reconheça como um povo, para que lhes devolva os direitos de pesca e caça, promovam a sua cultura e seja ensinada a língua Ainu nas escolas públicas. Hoje em dia, os Ainus são difíceis de distinguir dos japoneses que vivem em Hokkaido, expecto quando se reúnem ou se vestem de forma tradicional para alguma celebração.

Muitos dedicam-se a esculpir estatuetas de madeira e outros objetos.
Há várias aldeias como Shiraoi, Kumayama e Akankohan, que tentam manter vivos os tradições dos tempos passados.
Em Shiraoi, habitada por cerca de três mil Ainus, realizam uma festa de danças em redor de um totem, complementadas por atividades tradicionais. Nesta localidade existe um museu, onde os Ainus contam a sua história.

Os primeiros estudos sobre o modo de vida dos Ainus foram efetuados por um inglês de nome John Batchelor (1854-1944), chegou a Hokkaido para pregar o evangelho, em 1879 como missionário da igreja Anglicana . Para o fazer, foi obrigado a aprender a língua local, tendo mais tarde, em 1889, publicado um dicionário Ainu-Inglês-Japonês.
Durante os sessenta anos que com eles viveu, construiu-lhes escolas e proporcionou-lhes cuidados de saúde. Em 1939, quando começou a Segunda Guerra Mundial, foi forçado a sair.

Fotografia de um Ainu tirada há mais de 100 anos. Homem de barba volumosa, usando botas e roupa quente para se proteger do clima gelado de Hokkaido.

Pergaminho do século XVIII - Uma família Ainu
Kayanoshigeru, primeiro deputado japonês de origem Ainu, nasceu em Junho de 1926 e faleceu em Março de 2006, foi uma das mais importantes vozes do mundo em defesa da cultura Ainu, da sua língua, costumes, defendendo os direitos políticos, culturais e humanos para o povo Ainu.

Kayanoshigeru, definia Hokkaido com uma única frase:

- Hokkaido, o país do povo Ainu.