sábado, 21 de novembro de 2020

FLORES DE AMEIXOEIRA – O SEU SIMBOLISMO NO JAPÃO

 

Quando pensamos na primavera no Japão, lembramos do sakurá, mas há outra flor de origem chinesa que também simboliza a estação e desempenha um papel especial na cultura japonesa. São as flores de ameixoeira, que florescem entre os meses de fevereiro e março.

Devido à sua beleza singela e delicada, as flores de ameixoeira são muito retratadas em diversos tipos de arte na cultura asiática como poemas, pinturas, canções, etc. Quando a ameixoeira entra em floração, os japoneses entendem que o frio do inverno está a despedir-se para dar lugar ao calor ameno da primavera.

A flor da ameixoeira, apesar da sua aparência delicada, é símbolo de persistência, obstinação, resiliência e perseverança, pois florescem ainda no inverno, quando os galhos estão repletos de neve. Por causa disso, é considerada um símbolo de ambas as estações, pois simboliza o fim de uma e o começo da outra.

Devido à sua resistência ao frio, é considerada um dos Três Amigos do Inverno, ao lado do pinheiro e do bambu. Também faz parte da lenda dos Quatro Cavalheiros, junto com a orquídea, o crisântemo e o bambu. É considerada uma das Flores das 4 estações: Orquídea (primavera), lótus (verão), crisântemo (outono) e a flor de ameixa (inverno). 

Outra característica peculiar das flores de ameixoeira, é o fato delas florescerem antes mesmo das folhas. No Japão e na China, muitas pessoas plantam uma ameixoeira no jardim, sempre voltada para a direção nordeste, pois dizem que isso traz sorte e espanta os maus espíritos. A maioria das flores da ameixoeira têm cinco pétalas e a cor pode variar do rosa clarinho, quase branco ao rosa escuro.

Existem muitas variedades com mais de cinco pétalas (Eja-Ume) e chorões (Shidare-Ume ) e ao contrário do sakura (flores de cerejeira), as flores de ameixoeira tem uma fragrância forte, porém doce. Na China, foi nomeada como “Flor Nacional”.


Entre os meses de fevereiro e março, muitos festivais das ameixoeiras (Ume Matsuri) são realizados no país, especialmente em parques públicos, santuários e templos. Em Tóquio, os festivais mais famosos são o Setagaya Ume Matsuri (Parque Hanegi) e Matsuris no KoishikawaKorakuen e santuário YushimaTenjin.

Além de simbolizar perseverança e esperança, a flor de ameixoeira também representa a beleza, a pureza e a efemeridade da vida. Segundo o confucionismo, cada uma de suas cinco pétalas representa as Cinco Bençãos Chinesas” que todos desejam ter nas suas vidas: Vida longa, Fortuna, Amor Integridade, Saúde e Morte Natural. A sua fruta, conhecida como ume, ameixa japonesa ou abricó japonês, está presente diariamente na dieta japonesa. O sabor é mais azedo, muito diferente da ameixa ocidental. É consumido especialmente em conserva (tsukemono) com o nome de umeboshi. A ameixa ume também é usada para fazer vinhos e vinagres.

Os japoneses são na generalidade muito supersticiosos e acreditam que comer umeboshi ao pequeno almoço afastará má sorte e infortúnios. Superstições à parte, o ume oferece uma série de benefícios para a saúde. É rica em vitamina C, cálcio, potássio e fibras dietéticas, e ao mesmo tempo é pobre em gordura e calorias.

É um alimento muito usado na medicina tradicional chinesa, devido ás suas propriedades antimicrobianas é eficaz para combater bactérias patogênicas que causam doenças bucais, assim como cáries dentárias. Também ajuda a prevenir e tratar doenças gastrointestinais como a gastrite e úlceras gástricas.


 


sábado, 7 de novembro de 2020

O Publico no karaté


O publico alvo do karaté, são sem dúvida os amantes das artes marciais e em especial os amantes do karaté.

 Muitas pessoas, para compreenderem ou evoluírem na arte marcial, assistem a diversos treinos e competições de karaté. Aprende-se muito a ver os outros treinar. Ficamos mais fortalecidos quando vemos bons karatecas a praticar.

Ao se assistir a uma competição deve-se tirar sempre ilações para o seu próprio treino, ensino, e modo de vida.

O Karaté não escolhe publico alvo. As pessoas é que escolhem pratica-lo. E como é uma arte muito completa, todos os gostos se sentem contemplados. Isso possibilita a um pai estar com os seus filhos a assistir ou a treinar uma mesma arte marcial, proporcionando a estes uma saudável concorrência e um progresso, unidos no mesmo contexto desportivo. 

Em muitos dojos, durante um treino pode ser visto, avô, filho e netos, treinando ou assistindo juntos. Esta é uma das razões que demonstra que não é o karaté que procura as pessoas, mas sim as pessoas que o procuram.

Para praticar o karaté, tem de ser gostar, tem de vir de dentro o interesse, pois não é nada fácil, socar e chutar repetidas vezes em todos os treinos sem haver um entendimento profundo desta arte marcial.

No início é difícil entender a razão dos treinos, só será compreensível após muito tempo de prática, mas além disso também ter interesse por assistir a muitas competições para alcançar os objetivos pretendidos dentro do dojo. Por tudo isto penso que o mais difícil não é levar uma pessoa para o karaté, mas sim mante-la a treinar.

Claro que todas as campanhas de divulgação são válidas para esclarecer e despertar a curiosidade das pessoas que guardam em si um interesse por esta arte marcial, mas talvez pela desinformação resistem a procurar um dojo para se iniciarem no karaté.

Quanto ao publico alvo, a partir do momento em que ele assimila os movimentos e tem a sua atenção voltada para o karaté, não existe idade nem sexo, existem só formas de treino para os vários objetivos.


Há quem pense que o karaté é que separa o seu publico dos seus praticantes. Seria importante, hoje em dia uma maior abertura do dojo para toda a população, não só nas competições como também nos treinos. Haveria uma maior compreensão para independentemente do estilo, do mestre que ensina, demonstrar que é uma arte muito difícil de ser praticada e que requer dedicação, esforço, vontade, disciplina e vários outros valores.

Um publico assíduo, vai entender, por exemplo que um karateca para chegar a cinto preto teve de suar muito o seu kimono, e que os que ainda não o são terão de fazer o mesmo para lá chegar. Também verá que muitos infelizmente desistem a meio caminho por ser muito difícil, possivelmente esta atitude é a seleção natural desta arte marcial.