sábado, 5 de junho de 2021

MESTRE GICHIN FUNAKOSHI - PRINCIPAIS DADOS BIOGRÁFIOS

 

1868 - Nasce em Shuri, Okinawa. (Okinawa ilha do arquipélago de Ryukyu cuja principal cidade é Naha.

1879 - Inicia a sua prática de Okinawa-te. (Forma de combate tradicional da ilha de Okinawa)


1888 - Completou o seu curso de professor escolar. Conseguiu emprego como professor numa escola primária em Shuri, com a idade de 21 anos.

1891 a 92 - Recusa uma promoção que o sujeitaria a uma transferência e consequente afastamento dos seus mestres.


1902 - Recusa uma promoção que o sujeitaria a uma transferência e consequente afastamento dos seus mestres

1906 - Funakoshi participa na primeira demonstração pública de Okinawa-te, perante os representantes da administração e da marinha imperial.


1912 - Introdução do karate a altos representantes da marinha imperial.

1914 - Inicia uma digressão de dois anos, com um grupo de mestres de Okinawa, com os quais realiza mais de cem exibições públicas.


1916 - Exibição em Budoku-ten de Kyoto (primeira exibição pública no Japão).

1921 - Demonstração diante de Hiro Hito, mais tarde, príncipe em Okinawa.


1922 - Participa na demonstração em Okinawa-te, por ocasião do festival de Educação Física em Ochanomizu, Tóquio. Publica a sua primeira obra: Ryu Kempo Karate, editada pela editora Bukiokha (os originais foram destruídos pelo terramoto de 1923); a nova edição foi intitulada Rentam Goshin Karate Jitsu e apareceu em 1926.

1924 - Gijiku, Universidade de Keio, foi incluído o Karate no seu programa de estudos.


1926 - Segundo clube universitário de Karate em Ichiko, universidade de Tóquio.

1927 - Criação dos clubes universitários de Waseda, Takosoku y Shodai. Advertência a alguns dos seus discípulos sobre a possível introdução do Ju-kumite. Ohtsuka e dois discípulos abandonam o dojo.


1930 - Supervisiona já uma dezena de clubes universitários.

1933 - Substituição do significado de Kara como china, por kara como vazio. Troca dos nomes originais das katas em chinês para Japonês.


1935 - Funakoshi publica Karate-do Kyohan.

1936 - Inauguração do Shotokan (a casa de Shoto), primeiro dojo de Funakoshi, bairro de Mijuroko, Tóquio. No mesmo ano, um grupo de mestres em Naha (Okinawa), confirma a denominação da arte marcial como Karate.


1945 - Morre o seu filho Giko Funakoshi, de tuberculose. Entretanto, Funakoshi deixa Tóquio para acompanhar o seu filho. Bombardeamentos americanos destroem o seu dojo ``Shotokan´´.

1947 - A sua mulher morre e ele decide reconstruir o seu dojo, mas as artes marciais japonesas haviam sido proibidas por três anos, pelas forças de ocupação americanas.


1949 - Isao Obata, discípulo de Funakoshi, funda a ``Associação Japonesa de karate´´. Imediatamente, foi nomeado Funakoshi como instrutor chefe da associação.

1950 - A Associação Japonesa de karate cria as regras para a competição. O karate faz a sua aparição em França, sendo considerados como primeiros praticantes deste país, Alcheik e Plee.


1954 - Criação da FFKBL – Federação Francesa de Karate e Boxe Livre. Vários especialistas japoneses deslocam-se a França, dando origem a um rápido desenvolvimento da modalidade. Muitos deles fixam-se aí, auxiliando os franceses no seu trabalho. São eles, Mochizuki, Murakami e Oshima.

1956 - Escreve o seu último livro: Karate-do, o meu caminho.


1957 - Faleceu em Tokio, com a idade de oitenta e nove anos.


1960 - A FFKBL integra-se na FFJDA (Unificação das Federações de Judo e da de Karate).

1962 - Primeiro campeonato de karate de França.

1965 - Criação da UEK – União Europeia de Karate.

1966 - Primeiro campeonato da Europa de Karate.

1972 - Segundo Campeonato do Mundo, em Paris, tendo, a equipa francesa saído vencedora e sagrada campeã do mundo.

1977 - A atração que o karate exerce sobre os jovens é reforçada por numerosos filmes e propaganda. O número crescente de praticantes está na origem da separação do Judo e do Karate.




NAVEGADORES PORTUGUESES E O JAPÃO

 

Após a chegada ao Brasil, em 1500, os portugueses navegaram para o Japão. Os séculos XV e XVI foram uns anos de grandes expedições e consequentes descobertas.

Em 1512, durante o reinado de D.Manuel I, chegam notícias de que existiria um arquipélago, na região onde o mercador italiano Marco Polo, na sua longa viagem pela China, em 1291, tomara conhecimento ,chamado “Cipango” ou “Ji-pangu”, local onde o sol nasce, em chinês. Não era lenda, como pensavam os contemporâneos do famoso mercador.

Na época os japoneses viviam isolados, pelo fato do país não ter ligação por terra com nenhum outro, só tinham contato com a China e Coreia, de onde receberam fortes influências culturais, como a escrita, o cultivo do arroz e o budismo. Mas a informação que o ocidente tinha do Japão ainda vinha de mercadores, que tinham circulado pelo continente chinês. “Uma ilha grande, de gente branca, de boas maneiras, formosos e de uma riqueza incalculável”, descreveu Marco Polo. A descrição deixava o novo país envolto numa névoa de fabulosas riquezas, e quando Cristóvão Colombo descobriu o Haiti, em 1492, estava convencido de que tinha chegado ao misterioso Cipango.

Já em 1540, as informações sobre o Japão estão mais claras, pois barcos japoneses ancoravam nas pequenas ilhas de Liampo (Ning-po), na costa chinesa, e lá tinham contato com mercadores portugueses. Ancoravam ali também barcos chineses de junco. Foi um desses barcos, segundo a história, que se dirigia para Liampo carregando três portugueses, que sofreu uma violenta tempestade e foi parar na ilha de Tanegashima, ao sul do Japão. A data desse acontecimento é 23 de setembro de 1543, de acordo com Teppo-ki (crônica da espingarda), escrito no Japão no início do século XVII.

Teppo-ki narra a introdução da espingarda pelos três náufragos portugueses e descreve as observações do chinês que atuou como intérprete dos estrangeiros:
“Estes homens bárbaros do sudeste são comerciantes. Compreendem até certo ponto a distinção entre superior e inferior, mas não sei se existe entre eles um sistema próprio de etiqueta. Bebem em copo sem o oferecerem aos outros, comem com os dedos, e não com pauzinhos como nós. Mostram os seus sentimentos sem nenhum fingimento. Não compreendem os caracteres escritos. São gente sem morada certa, que troca as coisas que possuem pelas que não têm, mas no fundo são gente que não fazem mal”.

O padre Francisco Xavier, que se encontrava em Málaca, na China, tomou conhecimento da descoberta do Japão pelos portugueses e ao conhecer um foragido japonês chamado Anjiro (que pode ser Ângelo, um nome de batismo), tomou a decisão de ir expandir a fé cristã no novo país.

Fugindo de uma acusação de homicídio, Anjiro havia procurado refúgio no navio do capitão Jorge Álvares, que esteve no Japão em 1544. Anjiro acompanhou Francisco Xavier em 1549 ao Japão e auxiliou-lho no trabalho de cristianização.

Numa das passagens mais curiosas da história, Xavier viaja para Kyoto, e em apenas onze dias verificou a razão porque a catequização não progredia e os japoneses davam pouca atenção às suas palavras, era a pobreza de que fizera voto, e que aos japoneses os impressionava mal. Quando soube que o daimyõ (senhor feudal) de Yamaguchi era o mais poderoso do país, dirigiu-se para lá vestindo ricas vestes sacerdotais. O daimyõ ficou impressionado e recebeu de Xavier cartas do vice-rei da Índia e do bispo João de Albuquerque, pedindo autorização para o jesuíta pregar o cristianismo ali. A autorização do daimyõ, datada de 1552, diz:

“Este documento prova que dei licença aos padres vindos do Ocidente, para encontrarem ou construírem um mosteiro a fim de espalharem a lei de Buda”. A última expressão mostra que os japoneses pensavam que se tratava de uma seita budista vinda da Índia. De fato, o daimyõ deu-lhes um mosteiro budista para se instalarem.

Ao mesmo tempo que o cristianismo crescia, o comércio português também foi intensificando com o Japão. Os portugueses circulavam por vários portos e em todos faziam negócios. No Japão compravam prata, cobre, objetos laqueados e espadas. E vendiam sedas e ouro adquiridos na China. Em pouco tempo, Portugal passa a ser o único país a intermediar negócios entre o Japão e a China.

Apesar dos acontecimentos que se seguiram, como a chegada dos holandeses, a expulsão dos portugueses, o encerramento dos portos e o completo isolamento do Japão, a influência portuguesa no Japão pode ser vista ainda na atualidade. E não somente em Nagasaki, onde a presença portuguesa foi mais forte e demorada, mas em todo o arquipélago, atravessando o mar e chegando, curiosamente até o Brasil.

Como um simples exemplo dessa integração, temos algumas igrejas católicas no Brasil, onde as missas são realizadas em idioma japonês, por padres japoneses ou descendentes.

Palavras oriundas do português que são usadas no Japão:

·         Kappa = Capa

·         Shabon = Sabão

·         Koppu = Copo

·         Castera = bolo de Castela

·         Pan = Pão

·         Kabocha = Abóbora da Camboja – Obs. enquanto em São Paulo, graças à presença japonesa, os feirantes chamam aquela abóbora de casca dura e escura de “kabotiá”, no Japão, em algumas regiões, a mesma é conhecida como “boburá”, derivado de abóbora.

·         Tempura = Tempero

·         Arigatou = Obrigado. Alguns estudiosos dizem que a palavra de agradecimento comum em japonês é derivada do português.

Palavras japonesas que fazem parte do português:

·         Biombo = Byobu

·         Quimono = Kimono

·         Judo = Judo

·         Caratê – Karate