quarta-feira, 29 de abril de 2020

A DIFUSÃO DOS ÓCULOS NO JAPÃO



O mais antigo par de óculos existente no Japão encontra-se guardado no Templo Daitoku, Quioto. É feito de marfim, com as duas lentes presas por um elo era utilizado sobre o nariz. É desconhecida a sua origem, mas suspeita-se que tenha sido um presente do jesuíta português da Companhia de Jesus, Francisco Xavier, ao Daimiô Ouchi Yoshitaka. Assim como a arma de fogo e o Cristianismo, os óculos também representavam a civilização europeia da época.


Dizem que ao ver os jesuítas a usarem óculos, os japoneses ficaram assustados, diziam que “os padres tinham quatro olhos”. No Período Edo, os óculos passaram a ser fabricados em Nagasaki, tendo como modelo os óculos importados da Holanda e de Portugal. Exceto nos produtos importados, as lentes eram de cristais polidos produzidos no Japão. Os aros eram fabricados a partir de metais, carapaças de tartarugas ou chifres de búfalos. Em meados do século XVII haviam seis óticas em Osaka, a maior cidade comercial da época. Só no início do século XX chegavam ás restantes cidades.


Atualmente, 61% do mercado dos óculos e 93,7% do mercado dos aros pertence à Província de Fukui. A província possui prestígio mundial na fabricação de lentes de plástico e aros de metal de alta qualidade.



ÓCULOS PARA JAPONESES

Por volta do século XVI até o século XVII surgem os óculos com fios de seda para colocar nas orelhas. Como os japoneses possuem, por natureza, nariz pequeno, as palparas tocavam nas lentes causando desconforto. Dizem que, talvez por esse motivo, tenham sido inventadas as pequenas peças de suporte para apoiar os óculos sobre o nariz.



Antigamente, no Período Edo, o preço era muito elevado. Tudo indica que não eram de grande utilidade. Atualmente encontram-se óculos com preços acessíveis e variados.  São apreciados nos variados modelos e cores, dos aros e das lentes, como um dos acessórios de moda.
Presentemente os óculos chagaram a um grau de sofisticação que, há peças que pesam 2 gramas, fabricadas praticamente por todo o mundo, resultado de pesquisas Japonesas.



segunda-feira, 20 de abril de 2020

AMAS (MULHERES DO MAR JAPONESAS)


Desde os primórdios, as mulheres japonesas (amas) mergulham no mar em busca de ostras, pérolas e outros frutos do mar. Durante milénios essa prática foi conduzida nas águas geladas do Pacífico sem o uso de quaisquer equipamentos considerados adequados.

Os trajes resumiam-se a uma tanga de tenugui, uma corda amarrada próximo ao quadril e mais tarde uma máscara.


Apesar do frio, as mulheres do mar (ama) realizavam esse trabalho seminuas. Se elas utilizassem outro tipo de vestuário, além do peso adicional na água, o frio era maior ao sair.

Após a segunda guerra mundial, a ocidentalização do Japão e a abertura ao mundo, viram-se obrigadas a vestirem-se devido ao assédio dos turistas estrangeiros.

Apesar da tradição, utilizar roupas de mergulho não alterou significativamente a cultura e a tradição da pesca manual.

Não é fácil ser uma ama no século XXI. De acordo com o Museu Marítimo de Toba, em 2017 existiam apenas 660 amas japonesas em todo o Japão, metade delas trabalham em Toba na província de Mie.


As amas (mulheres do mar) das novas gerações herdam a missão e os desafios de manter a tradição milenar viva. Essas mulheres, conhecidas como sereias japonesas, mergulham no mar e pescam com as próprias mãos.

De todos os frutos do mar, o mais procurado (e atualmente o mais protegido) são os abalones, uma espécie de ostra que produz belas pérolas.

Além das poucas profissionais, os recursos naturais também estão a esgotar-se devido à pesca predatória das grandes empresas.


Afinal, essas mulheres, dependem do seu fôlego e das condições climáticas, por isso, a quantidade que elas pescavam não ameaçava a vida marinha já que se limitavam a mergulhar em média apenas três horas.

De acordo com o Ministério da Agricultura, Floresta e Pesca, o volume de abalone vem diminuindo drasticamente nos últimos anos. No auge da pesca desse pequeno animal em 1966 foram retirados do mar 750 toneladas.


Já em 2015 o número caiu drasticamente para 45 toneladas. Para Aiko Ono de 40 anos, fotógrafa profissional e uma das mais novas sereias do Japão, é preciso conservar os abalones para que a cultura não morra.

Embora Aiko seja apaixonada por mergulho no mar e pela pesca manual, ela e suas companheiras estão apanhando muito menos do que poderiam.

Hoje em dia, não se trata apenas de dinheiro. Para a nova geração de mulheres como Aiko Ono e a ex engenheira de sistemas Megumi Kodera de 37 anos, manter a tradição milenar tornou-se uma missão.

Com um número tão restrito de mulheres do mar, tornaram numa pequena comunidade interdependente. Além disso, as mudanças climáticas e o aquecimento dos mares, tornaram-se em grandes desafios para manter o delicado equilíbrio da vida marinha.

Além da missão de manter as amas vivas, fazendo jus à sua história,desejam que surjam novas sereias japonesas, que vivam da pesca artesanal em declínio, mantendo a economia local tradicional de forma não predatória.


segunda-feira, 13 de abril de 2020

A ÁRVORE MAIS ANTIGA DO JAPÃO


A cerejeira mais antiga do Japão, é certamente a mais velha árvore do planeta, está localizada no templo budista Jissou, na cidade de Hokuto, em Yamanashi, província situada a cerca de 100 Kms a oeste da capital japonesa, no centro-leste do arquipélago japonês.
O nome é Yamataka Jindaizakura ou Yamataka Kamishiro Sakura, a antiga árvore é Património Natural do Japão e existe há pelo menos 2 mil anos, de acordo com o histórico divulgado pela província local.


Há botânicos, no entanto, acreditam que a antiga cerejeira possa ter mais de três mil anos, o que a colocaria entre as cinco árvores mais antigas do mundo. No entanto, como cerejeira, não existe relatos de que exista no mundo alguma mais antiga do que a Yamataka Kamishiro.
A sua floração ocorre sempre a partir da última semana de Março, podendo variar de acordo com as condições climáticas. Durante a floração, os seus longos galhos, que percorrem por uma extensa área do templo, são cuidadosamente amparados por varas para que não se partam com o peso das flores, de acordo com a administração do Otsuyama Jisso Temple, nome original do Templo Jissou.


Na época da floração da cerejeira, esta imponente árvore atrai milhares de visitantes de várias regiões do Japão, inclusive turistas estrangeiros. O templo budista fica lotado apenas para contemplar a floração da venerável cerejeira.


O templo, no entanto, alerta que é proibido realizar o hanami (ritual contemplação das flores com os tradicionais piqueniques á volta da Yamataka Kamishiro Sakura, visto que a árvore é frágil, além de ser considerada sagrada – o templo tem outras áreas com várias cerejeiras, nas quais são permitidas a realização dos famosos piqueniques durante o hanami.


Curiosidades:
Tem uma altura de 10,3 m e uma circunferência de raiz e tronco de 11,8 m, é a maior e mais antiga árvore do Japão. Tornou-se o primeiro monumento natural nacionalmente designado na era de Taisho. Em 1990, foi selecionada para as 100 maiores árvores do mundo. Diz a lenda que o mítico senhor da guerra Yamato Takeru Nomikoto, foi quem a plantou, durante o Tosho, e é daí que vem o nome.  Por volta do século XIII, o santo Nichiren , viu o declínio dessa árvore , rezou pela sua  recuperação e o milagre aconteceu.

Ao mesmo tempo em que a cerejeira floresce, cerca de 80.000 narcisos também florescem, e o contraste entre o amarelo nos pés e a cor vermelha clara acima da cabeça é que dá a grande beleza a esta árvore.


sexta-feira, 3 de abril de 2020

A HISTÓRIA DA TEMPURA E A SUA CHEGADA AO JAPÃO



A tempura é uma preparação tradicional e presente no dia a dia dos japoneses. Vegetais, legumes e marisco são panados com farinha de trigo, e fritos em óleo quente. O resultado é uma cobertura crocante casquinha e saborosa enquanto o interior fica macio.


HISTÓRIA DA TEMPURA
O método de preparação de fritar comida panada no óleo chegou ao Japão por volta do século XVI (1543). Quando os portugueses chegaram ao Japão, rapidamente tornou-se uma das comidas favoritas do shogun Tokugawa Ieyasu.

Inicialmente era uma preparação de luxo, já que o óleo era um ingrediente caro e apenas os mais ricos tinham acesso em quantidade para fritar.
Naquela época, o país encontrava-se em guerra civil e os portugueses forneciam materiais para os japoneses. Além das armas, chegavam receitas e outros ingredientes, como sabão e tabaco. A receita original dos portugueses era feijão verde panado.
Foi no período Edo que os japoneses tiveram acesso ao óleo vegetal, além de novas técnicas mais baratas de produção. A tempura tornou-se uma refeição popular entre todos. A receita do panado teve uma nova adaptação japonesa, fizeram-na com uma massa mais leve.
Era vendida principalmente em barraquinhas e não era adquirida no dia a dia. Era utilizada apenas como um lanche e vendida em espetadas.
Com o passar do tempo, passou a ser acrescentada a outras preparações tradicionais e tornou-se mais popular.
Foi no período Meiji que começaram a surgir restaurantes especializados e populares.  No Japão, alguns usam farinha especial e óleo de farelo de arroz.


INFORMAÇÕES ÚTEIS
É importante cortar os ingredientes de maneira uniforme e de tamanhos iguais. Dessa forma, eles fritarão de maneira proporcional e sem partes cruas, mantendo o sabor.
O melhor molho para acompanhar a tempura é feito com shoyu, mirin e dashi. É comum servir com rabanete para amenizar a oleosidade na boca.
Os melhores locais para provar tempura são as feiras ao ar livre, mercados de peixe ou em restaurantes tempura-ya. Nesse último tipo, um chef prepara as tempuras em frente dos clientes e serve fresco.