quinta-feira, 30 de maio de 2019

KOKESHI BONECAS MADEIRA JAPONESAS


As Kokeshi  (こけし/子消し) são umas bonecas de madeira muito populares no japão e começaram a ser fabricadas no século XIX, por artesãos japoneses que resolveram usar as sobras de madeira para fazer algo simples, porém criativo e 100% artesanal.
A forma de arte das kokeshi representa o princípio criativo da beleza e da arte através da simplicidade. São constituídas apenas por um tronco simples, com detalhes florais em vermelho, preto ou amarelo e na parte superior, uma esfera representando a cabeça com expressões faciais, tudo pintado à mão.



Uma característica das bonecas kokeshi é a ausência de braços ou pernas. A parte inferior é marcada com a assinatura do artista e por último é passado uma camada de cera para dar o acabamento.
Simbolismo das bonecas Kokeshi
Surgiram inicialmente na região de onsens (águas termais) para serem vendidas aos visitantes e turistas. Há uma lenda que diz que a cabeça redonda e seu corpo comprido era usada como ferramenta de massagem aos visitantes dos spas. Outros acreditam que as bonecas tenham conotação sexual devido ao seu corpo fálico.



Durante o Periodo Edo , eram consideradas as guardiãs das crianças e detentoras das suas almas. Ter uma kokeshi significava que ela ajudaria a manter os seus filhos saudáveis, mas também longe do mal. Mas o seu simbolismo mais conhecido é em relação à amizade, pois dentro da boneca há um orifício que serve para se colocar uma mensagem, antes de entrega-la de presente a alguém.



A origem do nome “Kokeshi” é controversa. Uma das hipóteses seria de que possa ser uma combinação de “pequeno” (ko) e “boneca de madeira” (keshi). Porém o fonema também pode significar “criança” (Ko) e “apagar” ou “eliminar” (“keshi”), o que significaria então “eliminar ou apagar criança”.



Devido a isso, muitos acreditam que as bonecas Kokeshi representavam as almas dos bébés que eram assassinados ao nascer, embora não haja evidências da ligação entre a boneca e esse fato. Dizem até que ao girar a cabeça da boneca, o som é semelhante ao choro de um bebé.
Mas a origem do nome que parece mais viável seria a boneca estar relacionada ao fruto da papoila. Sendo assim, “Ko” seria criança e “keshi” refere-se também ao nome desse fruto. Não há como negar que existe uma grande semelhança entre os dois.




quarta-feira, 22 de maio de 2019

TAIKO – INSTRUMENTO DE PERCUSSÃO JAPONÊS



O taiko é um instrumento de percussão, cuja superfície é confeccionada com pele de animal. É tocada com a mão ou com o uso de uma baqueta, mas sempre exige do músico a habilidade rítmica e a preparação física para sustentar batidas homogéneas para obter o som satisfatório.
Foram encontrados bonecos “haniwa”do século V, feitos em terracota que carregam no ventre um tambor. Pinturas do início do século XII já retratam o chodaiko, do tipo gongo, e o tandodaiko, com o corpo mais achatado. Todos os registos comprovam que o taiko está presente na história da música japonesa há quase 1.500 anos. O taiko é utilizado quase sempre em festividades xintoistas, e eventos budistas.


O tipo de taikô mais utilizado é o Chodôdaiko. São taikos feitos com tronco de madeira cavada. Geralmente medem 45 a 60 cm de diâmetro, mas podem chegam a 1,50m. Com a escassez crescente de madeiras nobres, os preços de um taiko ficaram muito elevados. Um grande chodôdaiko pode valer milhares de euros, mesmo um de tamanho pequeno é muito caro. Nos últimos tempos os corpos do taiko são confeccionados com uma resina de uretano, ficando o custo mais reduzido.
O maior taiko é o Okedaiko, que utiliza a pele bovina, tem forma de tonel e é amarrado com barbante. Pode ter mais de três metros de diâmetro e pesar mais de uma tonelada. O okedaiko pode ser executado por até dez pessoas, utilizando-se de baquetas.
O nome Kyorakuza significa “som alegre dos tambores” e o objetivo maior do grupo é transmitir os valores da cultura japonesa tais como concentração, disciplina, determinação e respeito às tradições.

No Japão feudal, taikos eram frequentemente usados para motivar as tropas, para ajudar a marcar o passo na marcha e para anunciar comandos e anúncios marciais. Ao se aproximar ou entrar no campo de batalha o taiko yaku (tocador de tambor) era responsável por determinar o passo da marcha, usualmente com seis passos por batida no tambor. 


quarta-feira, 15 de maio de 2019

DANÇAS POPULARES JAPONESAS


Vários tipos de dança populares japonesas, tiveram origem em comunidades agrícolas e de pescadores, geralmente comemorando a farta colheita do arroz ou a época de pesca.

Bon Odori
 Outras danças surgiram em homenagem aos mortos, por influência do budismo, caso do “Bon Odori”, que significa “dança do finado” e cujas apresentações se concentram no dia dos finados japonês, em agosto. Todas essas danças populares remetem à vida em comunidade e à continuidade da vida.
No entanto a dança que na última década do século XX tornou-se verdadeira popular no arquipélago é o resultado da união de duas tradições com passos de modernidade.
Yosakoi
Em 1991, alguns jovens de Hokkaido, ilha ao norte do arquipélago, foram passar um feriado na província de Kochi , lá conheceram o Yosakoi Matsuri, festival folclórico que dura quatro dias em agosto, no qual multidões participam de uma dança chamada Yosakoi Naruko. As pessoas desfilam dançando ao som de uma música chamada Yosakoi Bushi, que tem a seguinte letra:

Yochorre, yochorre, yochorre, yochorre
Tosa no Kochi Harimayabashi de
Bõsan kanzashi kau o mita
Yosakoi, Yosakoi
Hei, hei…
Venha cá, venha cá,
Na ponte Harimaya, na cidade de Tosa em Kochi
Vi um monge comprar um enfeite para os cabelos
Venha à noite, venha à noite 
Hei, hei…
Encantados com o ritmo e os passos do Yosakoi Naruko, os jovens de Hokkaido decidiram junta-lo com o Soran Bushi, outra dança tradicional japonesa, típica de Hokkaido.
Soran Bushi
O Soran Bushi é uma dança enérgica, que homenageia os pescadores do norte do Japão, com movimentos inspirados na atividade piscatoria. Por sua vez, a música do Soran Bushi não tem nada de romântica, a letra exorta os dançarinos-pescadores à luta contra o mar e os elementos para ganhar o pão de cada dia de forma quase heróica, com expressões do tipo “amarre o hachimaki e vá” (o hachimaki é um lenço que é amarrado na  testa quando a pessoa vai fazer um grande esforço – não apenas serve para reter o suor, como também simboliza o próprio esforço, físico e mental). O resultado desta fusão foi o Yosakoi Soran, uma dança vibrante e envolvente, que exige força e velocidade dos seus participantes.

À primeira vista, o observador desinformado pode pensar que o Yosakoi Soran é uma dança folclórica antiga, mas as coreografias e as músicas usadas na dança, apesar de se basearem nas formas tradicionais do Yosakoi Bushi e do Soran Bushi, tem arranjos novos, misturando instrumentos típicos japoneses com guitarras, baterias e teclado, têm compassos mais acelerados e ritmos contemporâneos, como o pop, o rock e até de hip-hop. Em algumas versões destas músicas, o shamisen (cítara de três cordas tradicional japonesa) é tocado como se fosse uma guitarra ocidental, e há também versões que acrescentaram arranjos e instrumentos típicos de Okinawa, ampliando o leque de variações das mesmas músicas e canções. Tal actualização de duas tradições fundidas numa só dança agradou aos jovens no Japão, e contrariando qualquer expectativa, deu vida nova a antigas manifestações da cultura popular. 

Shamisen
A primeira apresentação de Yosakoi Soran ocorreu em 1992 em Hokkaido, e rapidamente conquistou adeptos por todo o país. Embora atualmente o Yosakoi Soran seja dançado por inúmeros grupos de jovens por todo o Japão, há um festival-concurso, realizado anualmente em Hokkaido, com cerca de 375 grupos e 30 mil participantes.


domingo, 12 de maio de 2019

PENSAMENTOS


Não alteres nunca o que funciona, se aberto a qualquer coisa. O facto de te conheceres a ti próprio, ajudar-te-á a conhecer os outros. Toma a derrota como parte do processo de aprendizagem e recorda que o segredo de um praticante de Artes Marciais está em controlar a sua fúria.”
Benny Urquídez – 20/06/1952


"A desonra é como uma cicatriz no casco de uma árvore; com o tempo, longe de se apagar, só tende a crescer.”
Bushido

Quanto ao conflito, à violência, à brutalidade, se vires um mensageiro, correndo a toda a velocidade em frente da tua casa, dirás: essa carta não é para mim.”
Buda

"A diferença básica entre um homem comum e um guerreiro é que o guerreiro encara tudo como um desafio e o homem comum encara tudo como uma benção ou uma maldição."
Carlos Castaneda (1925-1998)


A vida só faz sentido enquanto há luta. O triunfo ou a derrota está nas mãos de Deus, portanto, celebremos a luta.”
Canção do guerreiro Swahili


Harmonia, ausência de discriminação, pureza e serenidade. Estas qualidades são indispensáveis ao exercício de qualquer arte.”
Desconhecido


sábado, 11 de maio de 2019

AS FACAS JAPONESAS

As facas japonesas são descendentes das espadas dos samurais.

No século XIV, apareceram em Kyoto mestres na arte de confecção de espadas. A cidade de Sakai, perto de Osaka, tornou-se conhecida pela  fabricação de espadas. Com a chegada do tabaco ao Japão, introduzido pelos portugueses no século XVI, surgiu a necessidade de fabricar facas de alta qualidade para cortá-lo. Isto foi resolvido pelos mestres cuteleiros, que passaram a fabricar também facas.



 No século XIX, com o fim da Era dos Samurais, acreditava-se que não haveria mais mercado para os mestres cuteleiros, mas o ofício ressurgiu impulsionado pelo interesse na arte de confeccionar espadas, e pelo surgimento da profissão de itamae-san (no Japão este é o nome do profissional de sushi). Durante a ocupação americana na Segunda Guerra Mundial, foi proibida a fabricação de espadas, e esses profissionais viram-se obrigados a procurar outras atividades, aplicaram o seu conhecimento e arte na fabricação de facas e utensílios.


  São três as características de uma boa faca para a cozinha japonesa:
-a sua afiação,
-a sua empunhadura,
-o seu formato adequado à sua utilização.

A afiação de uma faca de cozinha japonesa é uma arte, cujo domínio só se adquire com muita prática.