quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

ARMAS DOS SAMURAIS (1)

 

Espadas japonesas são armas que identificamos como dos samurais. Espadas japonesas antigas do período Nara ( chokuto ) tinham uma lâmina reta. No final dos anos 900 surgiu com uma lamina curva tachi, mais tarde pelo uchigatana e, finalmente, a katana.

Os samurais usavam um conjunto de espadas, a espada longa (katana ou tachi, uma espada mais curta, wakizashi e o tanto. Tornaram-se o símbolo do samurai, sendo esta combinação de espadas  referido como um daisho (literalmente “grande e pequeno”).

Durante o período Edo só os samurais foram autorizados a usar um daisho (conjunto de espadas). O yumi (longbow), refletido na arte de kyujutsu (lit. da habilidade do arco) foi uma grande arma dos militares japoneses. O seu uso diminuiu com a introdução do Tanegashima (matchlock japonês) durante o período Sengoku , mas a perícia ainda era praticada, pelo menos, para o desporto.



O yumi, um arco assimétrico feito de bambu , madeira , vime e couro, tinha um alcance efetivo de 50 ou 100 metros. Foi geralmente usado por trás de um tate (escudo de madeira grande), móveis, mas o yumi também poderia ser usado a cavalo devido à sua forma assimétrica. Para além da utilização em campo de batalha, a prática a cavalo tornou-se numa cerimônia xintoísta conhecida como yabusame (um arqueiro cavalo, em corrida, atira três flechas especiais, com o formato de cabeça de nabo, sucessivamente em três alvos).


O Yari (lança japonesa) e naginata eram habitualmente usados pelos samurais. Ashigaru, nome dado aos soldados de infantaria que acompanhavam os samurai nas batalhas, no período feudal do Japão, utilizavam igualmente estas armas. Os ataques, a cavalo ou a pé, tornaram-se mais eficazes com o uso de uma lança em vez de uma espada, contra um samurai usando uma espada.

Tanegashima (matchlock japonês),um tipo de arcabuz, foram introduzidos no Japão em 1543, através do comércio Português. Tanegashima foram produzidos em grande escala por armeiros japoneses, permitindo aos senhores da guerra, treinar exércitos de massas de camponeses. As novas armas foram altamente eficazes, a sua facilidade de uso e eficácia mortal levou à Tanegashima tornando-se a arma de escolha sobre o yumi (proa). Até o final do século XVI, havia mais armas de fogo no Japão do que em muitos países europeus, tendo sido responsáveis por uma mudança nas táticas militares que eventualmente levaram ao estabelecimento do shogunato Tokugawa (período Edo) e o fim à guerra civil. Durante o período Edo, as Tanegashima foram  usadas principalmente para a caça e tiro ao alvo. A intervenção estrangeira em 1800 renovou o interesse pelas armas de fogo, mas a Tanegashima foi ultrapassada por novas armas, compradas por samurais de várias fações a fornecedores europeus.

O ozutsu, canhão do século 16

Os canhões tornaram-se uma parte comum do arsenal do samurai na década de 1570. Foram montados em castelos ou em navios, sendo usado mais como armas antipessoais do que contra paredes do castelo ou algo semelhante, embora no cerco de castelo Nagashino (1575) tenha sido utilizado um canhão com bons resultados contra torres de cerco do inimigo. 

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

A FLEXIBILIDADE

 

A flexibilidade aumenta a eficácia dos nossos ataques ou defesas, permitindo um maior alcance nos movimentos das pernas e braços, conseguindo um maior raio de ação, tanto em altura como em profundidade. Estas qualidades conseguem-se, se localizarmos o trabalho de flexibilidade nas zonas da anca e da coluna vertebral, permitindo-nos igualmente, um maior equilíbrio na execução das técnicas, dado que, uma posição inadequada do tronco, durante a sua execução, reduz a sua eficácia.


Assim, com menos flexibilidade, reduzem-se as hipóteses, quer de ataque, quer de defesa. Outro inconveniente é o perigo de lesões musculares e dos tendões. Considerando que a flexibilidade é um fator indispensável para fluidez e agilidade dos movimentos, deve ser praticada assiduamente nos treinos ou em casa.


A flexibilidade, poderá definir-se como a capacidade de realizar amplos percursos articulares, obtidos pela mobilidade articular, a elasticidade muscular (dos músculos antagonistas) e a força muscular (dos músculos agonistas).

Devemos ter em conta que existem vários fatores que a determinam:

A Hereditariedade, nas questões genéticas é importante. A raça asiática possui maior laxidão articular comparando-a com a ocidental. Ou seja, com o mesmo trabalho, conseguem resultados mais rápidos.

A mulher, tem maior viscosidade muscular, permitindo que se adaptem com mais facilidade aos exercícios de flexibilidade.

O homem, desde a sua infância, realiza brincadeiras ou tarefas de força, o que provoca um encurtamento do musculo ao aumentar o tónus muscular, travando o percurso articular. Isto caso não tenha feito, simultaneamente, exercícios de flexibilidade.

Algumas das características físicas femininas: diferem sensivelmente das masculinas.
A diferença de peso entre o homem e a mulher não representa inconveniente de maior na prática das artes marciais, pois é diretamente proporcional à estatura. O elemento peso não entra em linha de conta, por exemplo, na autodefesa, não se tratando de competição, seria absurdo pensar que só se enfrentam adversários de peso idêntico.


Esqueleto: marca uma grande diferença entre o homem e a mulher no que respeita às artes marciais. Com efeito, a estrutura óssea da mulher representa uma desvantagem perante golpes dados segundo as técnicas de Karaté ou de tai-jitsu. As artes marciais visam o desenvolvimento harmonioso do espírito e do corpo e, embora a concentração mental permita suportar alguns choques violentos, há que conjugar movimentos e defesas, evitando as agressões demasiado violentas. O diâmetro das articulações é uma diferença morfológica importante, toda a mulher combatente deverá tomar consciência desse facto. O homem dispõe, de vantagens quanto a chaves (mãos mais volumosas), atemis (impactos mais fortes) e kentos (golpe brusco dado com as saliências das articulações entre o metacarpo e a primeira falange, estando o punho fechado).


Musculatura: depende também do trabalho efetuado a esse nível, sendo possível intervir para modificar um ou outro fator.


Idade: as crianças de tenra idade possuem uma flexibilidade extraordinária devido às características do músculo infantil (grande índice de substância basal) e do osso jovem, que possui uma proporção de matéria orgânica elástica grande. Com o passar dos anos, perde-se a flexibilidade, até que, em idades avançadas, exercícios de grande intensidade nesta área podem ser prejudiciais. Recorde-se que a substância basal do músculo vai decrescendo, o osso adulto, duro e rígido, com um esforço, pode sofrer uma fratura ou luxação. Só um trabalho programado e centrado na puberdade, idade em que começa o declive desta qualidade, poderia prolongar o nível obtido quanto à amplitude articular. Para pessoas de mais idade é aconselhável o sistema de melhoria utilizado no ioga, ou seja, a flexibilidade passiva e estática.


Temperatura ambiente: o frio inibe a flexibilidade e o calor incrementa-a.

Trabalho habitual: a vida sedentária reduz os percursos articulares, um trabalho de força muito intenso, em certo grau, retira a elasticidade à musculatura.

Fadiga muscular: o alongamento ou estiramento muscular está limitado por um elevado tónus muscular e, sobretudo, por contrações musculares provocadas pelo temor à lesão, nervosismo ou irascibilidade. Este fator, tão importante, pode regular-se mediante o relaxamento consciente, acompanhado de um ambiente calmo. Um método prático consiste em concentrar a atenção na respiração, preferivelmente, abdominal, relaxando, por esquecimento, os mecanismos de contração defensivos.

Hora do dia: geralmente, entre as doze e as treze, situa-se o período em que estamos mais flexíveis ou dispostos à flexibilidade, sendo a pior hora a do despertar. À medida que decorre a tarde, a amplitude de movimentos reduz-se, sobretudo, se realizarmos uma atividade física intensa.