Fotos e quadros retirados de uma publicação da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do desporto
Quem sofre uma lesão, devido a um acidente ou
de maneira casual, conforma-se rapidamente e só pretende regressar logo que
possível á sua vida habitual. O desportista, e em especial o que toma parte em
competições, não se satisfaz de modo algum com isso. Não só quer voltar a
praticar, como também atingir novamente as suas antigas marcas ou readquirir a
sua forma.
Assim, compreende-se que as lesões graves,
apenas possam ser tratadas por quem esteja familiarizado com as características
do respectivo desporto e que, além disso, domine de tal maneira o tratamento
cirúrgico-ortopédico daquelas, que possam, de facto garantir o desejado
objectivo terapêutico.
Como o desporto tem como finalidade aumentar a capacidade de rendimento de todo o corpo, e nunca reduzi-la, não só é importante curar convenientemente as lesões, mas também, e principalmente, evitar os acidentes no desporto.
Como o desporto tem como finalidade aumentar a capacidade de rendimento de todo o corpo, e nunca reduzi-la, não só é importante curar convenientemente as lesões, mas também, e principalmente, evitar os acidentes no desporto.
Quem pratica um desporto deve, portanto,
debruçar-se sobre tais problemas, com um médico experiente, para que o número
de lesões não ultrapasse o mínimo inevitável.
A cura urgente é importante nas lesões
desportivas, pelo que, seria aconselhável que todos os praticantes adquirissem
os conhecimentos básicos sobre essa matéria.
A maioria dos atletas que se dedica à prática
de um desporto durante alguns anos sofre, a dada altura, algum tipo de lesão
muscular. Pode ser uma distensão, uma entorse, uma rotura de ligamentos, uma
luxação ou qualquer outro tipo de lesão que os impede de dar o seu rendimento
pleno.
Em muitos casos, a zona lesionada acaba por
recuperar a sua força e mobilidade total apenas com alguns dias de repouso e, eventualmente,
com a continuação da prática moderada do seu desporto preferido. Outras vezes,
vemos o tempo a passar e a lesão em vez de melhorar, piora. É urgente, nessa
altura, consultar um médico. Casos há em que é necessário de imediato a
intervenção médica e depois a reabilitação física.
A bem da nossa saúde e da prática desportiva
que elegemos, devemos mantermo-nos fisicamente e mentalmente aptos.
O princípio básico do treino e,
consequentemente, da recuperação psicomotora pode ser estabelecida a partir
destas três premissas:
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O aumento da força muscular, obtém-se por meio de algumas
contracções musculares realizadas com uma resistência cada vez maior.
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O aumento do rendimento circulatório, obtém-se por meio de
repetidas contracções musculares com pouca resistência.
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O aumento da destreza e da capacidade de reacção, obtêm-se
por meio de exercícios precisos, que exijam o máximo de atenção por parte do
aparelho sensorial.
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Existem alguns métodos naturais que têm servido
ao longo dos tempos, para reabilitar os desportistas e não só.
Exemplos de algumas terapias:
Fricções, Banhos, Duches, Efusões, Nascentes
Terapêuticas, Hidroterapia, Ligaduras, Massagens, Ginásticas, Fototerapia, Roentgenterapia,
Electroterapia, Diatermia e Galvanocáustica.
Nos estágios, de uma forma geral, em particular
nos de Verão, estudos fisiológicos efectuados, dizem-nos que é necessário
compensar a perda do glicogénio, devido ao esforço intenso e prolongado que
advém das actividades normalmente desenvolvidas neste tipo de eventos.
Uma alimentação inadaptada às necessidades
energéticas dos músculos, tem como certa a queda de reservas de glicogénio,
sendo responsável pelo acidente, insónias, cansaço e pela fadiga.
É aconselhada uma alimentação com cerca de 55%
de glúcidos, 30% de lípidos e 15% de proteínas, podendo aumentar os glúcidos
até 70%, devendo estes ser consumidos antes do treino e logo no fim do mesmo.
Para o pequeno-almoço, são aconselhados cereais
com leite e mel, carnes frias ou grelhadas e fruta madura. Para o almoço e
jantar, ter em conta as percentagens atrás indicadas, devendo as refeições ser
hiper hídricas, hipo calóricas e hipo protídicas.
Com este tipo de refeições, processa-se a
hidratação do organismo, o que permite compensar as perdas hídricas, que são
grandes em qualquer estágio, agravadas se este último decorrer no Verão,
permitindo ainda a eliminação das toxinas acumuladas durante o esforço.
Possuir algumas noções
sobre lesões traumáticas mais frequentes na prática de artes marciais, bem como
a maneira de promover os primeiros tratamentos, até à chegada do médico,
deveria ser uma das preocupações, não só dos professores como dos alunos. Destas
salientamos:
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As contusões são devidas a traumatismos directos de maior
ou menor violência, havendo um derrame hemático no seio dos tecidos e um
estado reacional inflamatório que se processa nas horas seguintes.
Deve-se, portanto, fazer medicação analgésica
e anti-inflamatória e, se for relativamente superficial, massagem com pomadas
e até tratamentos de fisioterapia. Em casos de contusão muito violenta, deve
manter-se imobilizada a zona durante alguns dias (fase aguda) até
desaparecerem os sintomas em repouso. Só depois se deve começar a mobilizar
lentamente, ao mesmo tempo que se farão as terapêuticas atrás apontadas, como
complementos.
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As entorses são distensões ou rupturas de
ligamentos articulares, podendo ir desde a simples ruptura de algumas fibras
ligamentares até à ruptura total do ligamento, ficando a articulação com
movimentos anormais.
Localmente, há uma dor à palpação e nas horas
subsequentes estabelece-se um derrame no seio dos tecidos.
Se a ruptura dos ligamentos for total, pode
ser necessária uma intervenção cirúrgica ou, pelo menos, uma imobilização
engessada adequada. Se for parcial, é suficiente a contenção local com uma
ligadura adesiva ou elástica, fazendo-se acompanhar de medicação analgésica e
anti-inflamatória, gelo local e inactividade durante cerca de 3 a 4 semanas.
As entorses mais vulgares são as do
tornozelo, pé e punho, resultam de um movimento brusco para lá da amplitude
normal da articulação.
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As distensões e rupturas musculares, sendo as
primeiras mais frequentes, resultam de um esforço muscular em demasia,
havendo ruptura parcelar de algumas fibras, podendo mesmo ocorrer a ruptura
total ou à sua desinserção óssea. Este último caso é já do foro da cirurgia.
No caso de distensão muscular, devem fazer-se
alguns dias de repouso, acompanhados de analgésicos, anti-inflamatórios e
massagem suave para, posteriormente, se fazerem agentes físicos pelo calor e
exercícios. As distensões mais frequentes são as dos músculos da coxa, do
ombro e da região dorso lombar.
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As tendinites e miosites são inflamações quer
dos tendões quer dos músculos e resultam de excesso de trabalho desses
músculos ou, por vezes, de traumatismos, muitas vezes, de repetição ao nível
dos tendões.
Tratam-se com repouso, na fase aguda e
anti-inflamatórios, de forma geral, ou mesmo com infiltrações locais,
seguidas de tratamento de fisioterapia pelo calor, particularmente, ondas
curtas.
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A luxação é a perda de contacto entre duas
superfícies articulares e resulta, regra geral, de um traumatismo bastante
violento ao nível da articulação, podendo ou não ser acompanhada de fracturas.
As luxações são extremamente dolorosas.
A mais frequente é, sem dúvida, a do ombro
que depois de luxado, se desloca para baixo e para diante, não conseguindo o
doente encostar o cotovelo ao tronco, ficando com o ombro rectilíneo (em
cruzeta) e não arredondado como o do lado oposto.
A sua
redução imediata é fácil para um profissional de acção médica que normalmente
procede do seguinte modo: com o doente deitado de costas, pega-lhe no membro
luxado ao nível do punho, coloca o seu pé na axila e puxa pelo antebraço na
direcção dos pés do doente. Sente um ressalto e o ombro fica igual ao do lado
oposto. Deve-se, em seguida, imobilizar esta articulação durante três
semanas, prendendo o braço contra o tronco e passando ligaduras à volta que
enrolam o tórax, o braço e o antebraço que se encontra flectido a 90º.
Deve, em seguida, o doente dirigir-se a um centro
hospitalar para ser radiografado, a fim de se constatar da eficácia da
redução ou se há concomitantemente alguma fractura, pois estes casos têm de
ser tratados por médicos traumatologistas.
A luxação do cotovelo é mais rara e de mais
difícil redução, pelo que se deve
limitar a imobilizar com uma tala que desce desde a axila aos extremos
dos metacarpos da mão, colocando o cotovelo flectido a cerca de 90º,
procedendo, de seguida, ao envio do doente com urgência para um centro
hospitalar, para que a luxação seja reduzida.
Se as dores forem muito violentas, pode ser
ministrado um analgésico.
As luxações dos dedos reduzem-se fazendo
tracção no sentido distal. A luxação coxofemoral é ainda mais rara,
resultando de violento traumatismo e necessita, para a sua redução, quase
sempre, de anestesia geral.
Muitas vezes, as luxações só se reduzem após
anestesia e relaxamento muscular, pois a dor desperta uma contracção muscular
reflexa que a nossa força não consegue superar.
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As fracturas, resultam de traumatismos, mais
ou menos violentos, e há uma hipótese de continuidade na estrutura óssea,
podendo haver ou não desvio dos topos.
Implicam sempre a imobilização e têm de ser observadas pelo médico
especialista, pois, em muitos casos, necessitam de manipulações ou mesmo de
tratamento cirúrgico.
Como norma geral, ao imobilizar-se uma
fractura, deve imobilizar-se a articulação acima e abaixo do local fracturado
para evitar qualquer movimento.
A imobilização provisória pode ser feita com
talas de madeira, de chapa, etc., ou ainda, com folhas de ligaduras gessadas.
As fracturas das costelas tratam-se, fazendo
o chamado enfaixamento torácico que consiste em passar uma ligadura bem
apertada à volta do tórax.
A fractura da clavícula resulta quase sempre
de quedas, em que se bate de lado com o ombro no chão. Imobiliza-se com uma
ligadura que, passando por baixo das axilas e se vai cruzando atrás.
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As lesões meniscais resultam de movimentos
bruscos e para além dos limites normais de torção do fémur sobre a tíbia que
se encontra através do pé bem fixado ao chão. Há uma dor brusca e nas horas
seguintes, o joelho começa a inchar ocorrendo dores e dificuldade de
movimentação, sobretudo, da extensão total.
Deve aplicar-se gelo localmente, medicação
geral com anti-inflamatórios, ligadura elástica, de seguida, o doente terá de
ir a um médico especialista, pois, regra geral, este tipo de lesão requer
tratamento cirúrgico.
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