O
samurai tinha como característica peculiar gritar o seu nome frente a um
adversário e antes do início de uma luta, declarando em tom de desafio as
seguintes palavras:
“Sou
Yoshikyo do clã Minamoto, neto de Tomokyo, antigo vice-governador da província
de Musashi e filho de Yorikyo, que distinguiu-se em vários combates nos
territórios setentrionais. Eu sou de pequeno mérito pessoal, não me importa
sair vivo ou morto deste embate . Assim desafio um de vocês para testar o poder
de minha espada”.
Estas
palavras, deixando de lado o seu tom estereotipado, de fanfarronice e falsa
modéstia constituíam uma prova do bravo orgulho do samurai pela sua linhagem e
‘background’ familiar. “Na verdade o samurai lutava mais pela sua família e a
sua perpetuação do que por ele próprio”.
O
samurai estava pronto para morrer na batalha se necessário , na certeza de que
a sua família beneficiaria das recompensas resultantes do seu sacrifício. Mesmo
no início dos tempos, o código de conduta do samurai parecia exagerar o sentido
do orgulho pessoal e de ‘memboku’ ou ‘mentsu’ ( traduzido do japonês , que
significa honra , dignidade), que muitas vezes manifestava-se em atitudes de
arrogância exagerada, por parte de um samurai.
Tal
comportamento era considerado natural e até psicologicamente necessário à
atitude e ideologia do guerreiro. Mas, com tudo, o exagerado orgulho do
samurai, não raro, fazia-o agir de maneira totalmente irracional. Um típico
exemplo dessa atitude ocorreu na Guerra dos Três Anos Posteriores. Numa das
batalhas, um jovem de nome Kagemasa de apenas 16 anos de idade, recebeu uma
flechada no olho esquerdo, com a flecha ainda cravada avançou sobre o inimigo e
matou-o.
Um
companheiro de batalha chamado Tametsugu, tentou ajudá-lo, para retirar a
flecha colocando a sandália do pé no rosto do jovem samurai caído.
Indignadíssimo, Kagemasa ergueu-se e declarou que embora como samurai estivesse
preparado para morrer com uma flechada, nunca enquanto vivo , permitiria que um
homem pusesse o pé na sua cara. Depois de proclamar essas palavras quase matou
o bem intencionado Tametsugu.
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