sábado, 23 de novembro de 2019

SAMURAIS GUERREIROS DO JAPÃO FEUDAL



Os samurais foram os guerreiros do antigo Japão feudal. Existiram desde meados do século X até a era Meiji no século XIX.
O nome “samurai” significa, em japonês, “aquele que serve”. A sua principal função era servir, com toda a lealdade e empenho, os daimyo (senhores feudais) que os contratavam. Em troca disso recebiam privilégios em terras e/ou pagamentos, que geralmente eram efetuados em arroz, numa medida denominada koku (200 litros).
A classe dos samurais, dominou a história do Japão durante aproximadamente 700 anos, de 1185 à 1867. E ao longo desse período, os samurais exerceram diferentes funções em determinadas épocas, passando de guerreiros de combates com a espada, à de soldados de infantaria da corte imperial, mais tarde equipados inclusive com armas de fogo. Tal relação de suserania e vassalagem era muito semelhante à da Europa medieval, entre os senhores feudais e os seus cavaleiros. Entretanto, o que mais difere nos samurais de quaisquer outros guerreiros da antiguidade é o seu modo de encarar a vida e seu código de ética próprio.
Inicialmente, os samurais eram apenas coletores de impostos e servidores civis do império. Eram precisos homens fortes e qualificados para estabelecer a ordem e muitas vezes ir contra a vontade dos camponeses.
Posteriormente, por volta do século X, foi oficializado o termo “samurai”, e este ganhou uma série de novas funções, como a militar. Nessa época, qualquer cidadão podia tornar-se um samurai, bastando para isso adestrar-se nas artes marciais, manter uma reputação e ser habilidoso o suficiente para ser contratado por um senhor feudal. Assim foi até o xogunato dos Tokugawa, iniciado em 1603, quando a classe dos samurais passou a ser uma casta. Assim, o título de “samurai” começou a ser passado de pai para filho.
Após tornar-se um bushi (guerreiro samurai), o cidadão e sua família ganhavam o privilégio do sobrenome. Além disso, os samurais tinham o direito (e o dever) de carregar consigo um par de espadas à cintura, denominado “daishô”: um verdadeiro símbolo samurai. Era composto por uma espada pequena (wakizashi), cuja lâmina tinha aproximadamente 40 cm, e uma grande (katana), com lâmina de 60 cm. Todos os samurais dominavam o manejo do arco e flechas. Alguns usavam também bastões, lanças e outras armas mais exóticas.
Parte de seu equipamento, era psicológico e moral; eram regidos por um código de honra muito precioso, o bushido (caminho do guerreiro), no qual a honra, lealdade e coragem eram os princípios básicos.
Os samurais que ainda não tinham um daimyo para servirem ou quando o senhor dos mesmos morria ou era destituído do cargo, eram chamados de Ronin.
Os samurais obedeciam a um código de honra não-escrito denominado bushidô (caminho do guerreiro). Segundo esse código, os samurais não poderiam demonstrar medo ou covardia diante de qualquer situação. Havia uma máxima entre eles que dizia que, a vida é limitada, mas o nome e a honra podem durar para sempre. Assim, esses guerreiros prezavam a honra, a imagem pública e o nome de seus ancestrais acima de tudo, até da própria vida. A morte, para o samurai, era um meio de perpetuar a sua existência. Tal filosofia aumentava a eficiência e a não-hesitação em campos de batalha, o que veio a tornar o samurai, segundo alguns estudiosos, o mais letal de todos os guerreiros da antiguidade.
Talvez o que mais fascine os ocidentais no estudo desses lendários guerreiros é a determinação que tinham em frequentemente escolherem a própria morte ao invés do fracasso. Se derrotados em batalha ou desgraçados por outra falha, a honra exigia o suicídio num ritual denominado Haraquiri ou Seppuku. Todavia, a morte não podia ser rápida ou indolor.

O samurai espetava a sua espada pequena no lado esquerdo do abdômen, cortando a região central do corpo, terminando por puxar a lâmina para cima, o que provocava uma morte lenta e dolorosa que podia levar horas. Apesar disso o samurai devia demonstrar total autocontrole diante das testemunhas que assistiam o ritual. A morte, nos campos de batalha, quase sempre era acompanhada de decapitação.
A cabeça do derrotado era como um troféu, uma prova de que ele realmente fora vencido. Por causa disso, alguns samurais perfumavam os seus elmos com incenso antes de partirem para a guerra, para que isso agradasse ao eventual vencedor. Samurais que matavam grandes generais eram recompensados pelos seus daimyo, que lhe davam terras e mais privilégios.
Os ocidentais geralmente avaliam os samurais apenas como guerreiros rudes e de hábitos grosseiros, o que não é verdade. Destacaram-se também pela grande variedade de habilidades que apresentaram fora de combate. Sabiam amar tanto as artes como a esgrima, e tinham a alfabetização como parte obrigatória do currículo. Muitos eram exímios poetas, calígrafos, pintores e escultores. Algumas formas de arte como o Ikebana (arte dos arranjos florais) e a Chanoyu (arte do chá) eram também consideradas artes marciais, pois treinavam a mente e as mãos do samurai.

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