quarta-feira, 21 de junho de 2017

IKEBANA - OS ARRANJOS FLORAIS JAPONESES

 

Ikebana (os ideogramas que compõe a palavra significam "dar vida às flores) é
uma arte tradicional baseada em certos princípios filosóficos, cuja origem remonta ao século VI, aquando da entrada do Budismo no Japão e da respetiva oferta de flores a Buda.
Acredita-se que este costume se foi desenvolvendo, e com o tempo, deu origem ao Ikebana. Atualmente, ainda existe no Japão, embora tenha perdido, em parte, o sentido místico e profundo que o caracterizava no início.
No entanto, ainda assim, não deixa de transmitir às pessoas que o praticam (pessoas de todos os extratos sociais), uma inegável sensação de paz e harmonia, trazendo às suas memórias imagens suaves que recordam o murmurar da água no meio de pedras modeladas por ela e pelo tempo, o sussurro do vento nas canas, as vozes misteriosas das árvores, os perfumes da natureza...
Basta um ramo de amendoeira em flor, de ameixieira encarnada, de pinheiro, camélias, açucenas ou lírios, erva ou frutos em flor, colocados com harmonia, para refletir tudo aquilo que é difícil dizer por meio de palavras.

Apesar dos conceitos quanto à realização de um Ikebana variarem em função das escolas, há, no entanto, uma série de elementos simbólicos que se mantêm inalteráveis. Assim, por exemplo, os ramos representam o elemento masculino e as flores o feminino.
Também encontramos três princípios básicos: o céu (ten), a terra (chi) e o homem (jin).
O céu é representado pelo talo mais alto; a sua altura deverá corresponder a uma vez e meia a medida do recipiente em que se realiza o arranjo. O “talo homem” mede duas terças partes da altura do “talo céu” e coloca-se à direita deste. O “talo terra”


Estas proporções mantêm-se, mesmo quando a composição se estende horizontalmente. Os talos estão unidos na sua base. Se traçarmos uma linha que una as extremidades entre si, formar-se-á um triângulo de lados desiguais que é a forma básica de toda a composição floral japonesa.
Takonoma é o lugar de honra numa casa japonesa, onde é colocado o Ikebana, depois de realizado. Próximo deste arranjo não se coloca mais nada para não destruir o efeito estético.

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