quarta-feira, 28 de junho de 2017

ARMAS DO ANTIGO ORIENTE - 1


Okinawa Kobudo, são as Artes Marciais desenvolvidas no arquipélago das Ryu
Kyu. Estilos e formas de combate que surgiram pela mão de aguerridos camponeses que, tantas vezes, tiveram de enfrentar invasões de múltiplas origens, incluindo, as do próprio Japão.

É evidente que toda a defesa tem mais possibilidades quando executada com uma arma; só a proibição do seu uso, à época, obrigou a desenvolver a imaginação e habilidade dos Okinawenses, levando-os a desenvolver sistemas de combate com mãos nuas, bem como a utilizar as tradicionais ferramentas de trabalho, para a agricultura, como armas, para cada uma das quais desenvolviam movimentos e técnicas específicas.

Os estilos tradicionais de karate de mãos nuas surgiram e desenvolveram-se da experiência e dos princípios técnicos e táticos do Kobudo.

No século XVI, as autoridades privaram o povo e até os monges do uso das armas de guerra, no intuito de assegurar o domínio da classe aristocrática dos bushi (Guerreiros), mas uma tenaz tradição marcial e a insegurança que se vivia na época, fizeram com que sobrevivesse nas cidades, nas aldeias e nos mosteiros, o uso das referidas armas.

Camponeses e artífices transformaram os seus utensílios em armas surpreendentes.

Os manguais para malhar o arroz (nunchaku), as seitoiras (kama), o varapau (bo), etc., depressa se tornaram dignas concorrentes dos sabres.


Manguais

Nunchaku
O valor destas artes de combate populares acabou por ser reconhecido, muitas vezes, com custos elevados, pelos samurais que as praticavam assiduamente, decerto para melhor se poderem defender.

De qualquer forma, a maioria dos mestres só conseguiu atingir níveis elevados depois de ter assimilado várias artes marciais, delas resgataram os princípios comuns, melhor compreensão e essência da respetiva via.

Todos os bujutsu, que acabámos de enumerar, dependem de um instrumento artificial: só podem ser utilizados ou estudados se o praticante estiver armado. Por isso, paralelamente aos bujutsu armados, as artes de combate com as mãos nuas foram amplamente praticadas.


Seitoras (Kama)
O Bô é um pau ou varapau comprido, redondo, com 1,60m a 2,80m, talhado em madeira dura, como, por exemplo, o carvalho.

Bô-jutsu é a arte do manejo do pau, que era estudado separado ou em complemento das disciplinas Kendo, Karate e Aikidô.

O seu manejo é muito parecido com o do pau comprido utilizado na Idade Média na Europa pelos habitantes das zonas rurais.

O bo jutsu foi, sem dúvida, a arte marcial mais praticada pelo povo japonês, porque o bo (o varapau) é um instrumento simples, de uso corrente. Nas mãos de um mestre, pode valer como uma arma das mais eficazes.

Os monges guerreiros do século XVI, durante as suas lutas contra as tropas de Oda Nobunaga e Toyotomi Hideyoshi, bem como vagabundos, peregrinos e artistas itinerantes, em trânsito pelas estradas infestadas de bandidos, ficaram a dever as suas vidas, à habilidade com que manejavam o varapau.

O pau, por vezes forrado com ferro, já se usava há muito tempo. Na época dos Tokugawa (1603-1868), o pau de madeira foi frequentemente utilizado pela autoridade shogunal para enfrentar os salteadores e os rônim armados com sabres.

Dois dos mestres desta arte foram Shiokawa e o célebre poeta Zen Basho (1643-1694), um dos maiores no panorama literário japonês, que gozava da reputação de manejar o bo e a palavra com igual mestria. São vários os katas que se realizam com esta arma, como o Chiquin Bo.


O Bokken, sabre de madeira, geralmente com 1,05 m de comprimento, talhado em madeira muito dura, imitando uma katana, tem um manejo idêntico ao de um sabre de aço.

Conta-se que Miyamoto Mushashi matou o seu inimigo pessoal Sasaki, recorrendo a um bokken feito com um remo, a que se dá o nome de Bokutô.










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