sábado, 22 de julho de 2017

O SAMURAI


Classe de Bushi (guerreiro) era a designação utilizada para descrever os
guerreiros do período que vai até 1800. Estes estavam vinculados a um senhor da corte imperial, ao serviço da sua proteção pessoal, treinados e especializados na prática das artes marciais, eram referidos como samurais.
Viviam nas suas próprias terras, quando não estavam a lutar, enquanto os guerreiros do período posterior viviam habitualmente, em burgos. Esperava-se que estes guerreiros fossem destemidos e leais, levando vidas simples. Eram exímios cavaleiros e lutavam com espadas, lanças e arcos. Preferiam matar-se no campo de batalha a terem que se render.
Contrapondo-se àquilo que vulgarmente se pensa, as artes de combate japonesas não foram praticadas em exclusivo pela classe dos bushi (ou samurais). Os homens do povo, principalmente, os monges, conseguiram tornar-se praticantes experientes e mesmo mestres.
Se, por um lado, não se deve confundir o bushido (a via do guerreiro), com o budo (a via das artes marciais), a utilização das armas de guerra foi, no entanto, um privilégio dos samurais, sobretudo, a partir do século XVI, altura em que foi publicado um decreto que obrigava à confiscação de todas as armas na posse do povo.
Samurai significa “aquele que serve”

  Durante a época Edo por volta do século XVI, surgiu a casta dos Samurai no Japão, que com exceção do Shogun, era a única a ter e usar armas. A Katana (espada comprida) e a Wakizashi (espada curta), conhecidas como “as Daisho”, (o conjunto das duas espadas que os samurais transportavam), eram de uso exclusivo desta casta guerreira e consideradas a alma de um Samurai. Em casa, estes guerreiros deixavam a katana num suporte, mantendo consigo a Wakizashi.
O punhal tanto se utilizava no ritual de suicídio (Seppuku) como era a única arma que mulheres e comerciantes podiam utilizar.
Naquela época, o presente mais valioso que um Shogun ou um Daimio podiam oferecer a um Samurai era uma espada Samurai. Hoje em dia, no Japão, em circunstâncias solenes ou muito especiais, ainda se oferecem destas espadas, como recordação e respeito pelo passado.
Até à restauração do poder imperial (1868), no Japão, o samurai, era o homem de armas ao serviço de um Daimio (grandes senhores provinciais do Japão), de quem recebia o salário, ou o guarda do Palácio Imperial.


  O samurai era pago com arroz e obrigava-se a não mexer em dinheiro, o qual era considerado impuro. Este era o princípio entre os mestres dos velhos Ryu (escolas de artes marciais), que ganhavam a vida através de um segundo ofício, não recebendo nunca dinheiro pelos seus ensinamentos. A riqueza da religião Shintô é, pois, uma explicação fundamental para compreender o espírito dos samurais. Gozavam estes do privilégio de usar duas espadas, os casamentos ocorriam apenas entre membros da própria classe e os ascendentes transmitiam aos filhos os seus direitos.



Hakama é o nome dado às vestimentas tradicionais dos nobres japoneses e dos Samurais. O seu código de honra chamava-se Bushido (caminho do militar). Após 1868, a palavra Samurai foi substituída por Shizoku, a sua forma chinesa.


O suicídio ritual dos samurais (Seppuku) ou a expressão mais vulgar, Haraquiri (cortar o ventre) ocorria com eles sentados sobre um estrado coberto com um pano branco, aí cortavam o ventre (local do hara) da esquerda para a direita, com uma direção ligeiramente ascendente, de forma que ficasse bem claro, que já não apreciavam a vida. No momento seguinte, um companheiro cortava-lhe a cabeça com um golpe de sabre. Contrariamente ao que se pensa, este suicídio não implicava a perfuração completa do ventre. As mulheres dos samurais suicidavam-se, cortando a artéria da carótida com um punhal (kaiken). A tradição exigia que o samurai, antes de morrer, escrevesse um poema de despedida.

Quando ouvimos a palavra “samurai” vem-nos quase sempre à mente, a imagem de um homem de olhar hostil e duro, numa atitude de defesa, pronto a saltar sobre o seu inimigo com a katana desembainhada. No entanto, os samurais eram homens que tinham superado uma série de obstáculos, tanto físicos como mentais.
Um samurai não se considerava como tal, se não fosse capaz de realizar um Ikebana ou de escrever um poema. Tinha dentro de si a dureza do carácter guerreiro, mas também a ternura de um filósofo, a sensibilidade de um artista ou de um poeta.






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