Regra geral o casamento era arranjado pelos
pais, com o consentimento silencioso dos jovens. Mas, também não se descartava
a hipótese dos próprios jovens encontrarem os seus pretendentes. Na maioria dos
casos segundo os velhos costumes, o encontro dos noivos eram confiados a um (uma) intermediário(a).
Nas famílias dos samurais, a monogamia tornou-se
regra, mas no caso de esterilidade da mulher, o marido tinha o direito de ter
uma “segunda esposa” (como na aristocracia), pertencente à mesma classe ou de
casta inferior.
Mas depois no século XV, esse costume acabou, no
caso do casal não ter filhos e assim sendo não possuir herdeiros, recorria-se
ao processo de ‘yôshi’ (adoção) de um parente ou de um genro.
Como norma geral o casamento constituía assunto
estritamente familiar e realizava-se dentro dos limites de uma mesma classe.
Por vezes, os interesses políticos rompiam as
barreiras dos laços familiares, transformando o matrimonio num assunto de
estado.
Na aristocracia existiu um caso interessante, o
caso da família Fujiwara, que com a afinalidade de manter a hegemonia da família nas altas posições junto á corte, casou as suas filhas com herdeiros do
trono e outros membros da família imperial.
De modo semelhante, chefes de clãs samurais
promoviam políticas de alianças por meio do casamento, dando as suas filhas em
matrimónio a senhores vizinhos ou outras pessoas influentes.
A esposa de um samurai
Na classe samurai, mesmo não tendo uma
autoridade absoluta, a mulher ocupava uma posição importante na família. Quase
sempre dispunha de um controle total das finanças familiares, comandando os
criados e cuidando da educação dos filhos e filhas (sob orientação do marido).
Comandavam também a cozinha e a costura de todos
os membros da família. Tinham a importante missão de incutir na mente das
crianças, os ideais da classe samurais, que eram, não ter medo diante da morte,
piedade filial, obediência e lealdade absoluta ao senhor, e também os
princípios fundamentais do budismo e confucionismo.
Com todas essas responsabilidades, a vida de
esposa de um samurai não era nada invejável. Com muita frequência, o samurai
estava ausente, prestando serviço militar ao seu senhor, em tempo de guerra a mulher do samurai era forçada a defender o seu lar de ataques
inimigos.
Nessas ocasiões de perigo para a família, não
era difícil a mulher combater ao lado do marido, usando de preferência a
‘narigada’ (alabarda), arma que aprendiam a manejar desde cedo.
Mesmo não tendo o refinamento das damas da
nobreza, pela qual os samurais nutriam certo desprezo, a mulher samurai possuía
conhecimentos dos clássicos japoneses e sabia compor versos na língua de
Yamato, ou seja, no japonês puro, usando ‘kana’.
As crónicas de guerra, como o ‘Azuma Kagami’,
contam-nos que esposas de samurais lutavam na defesa dos seus lares, empunhando
alabarda, atirando com arco ou até acompanhando os seus maridos nos campos de
batalha. Essas mulheres demonstravam muita coragem ao enfrentarem o perigo sem
medo.
Sem perder a feminilidade essas esposas,
cuidavam da sua aparência vestiam-se com cuidado, gostavam de manter a pele
clara, usando batom e pintando os dentes de preto (tingir os dentes de preto
era hábito de todas as mulheres casadas), arrancavam as sobrancelhas e cuidavam
com muito carinho os seus longos cabelos escuros.
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