domingo, 21 de junho de 2020

CASAMENTO SAMURAI

Regra geral o casamento era arranjado pelos pais, com o consentimento silencioso dos jovens. Mas, também não se descartava a hipótese dos próprios jovens encontrarem os seus pretendentes. Na maioria dos casos segundo os velhos costumes, o encontro dos noivos eram confiados  a um (uma) intermediário(a).
Nas famílias dos samurais, a monogamia tornou-se regra, mas no caso de esterilidade da mulher, o marido tinha o direito de ter uma “segunda esposa” (como na aristocracia), pertencente à mesma classe ou de casta inferior.
Mas depois no século XV, esse costume acabou, no caso do casal não ter filhos e assim sendo não possuir herdeiros, recorria-se ao processo de ‘yôshi’ (adoção) de um parente ou de um genro.
Como norma geral o casamento constituía assunto estritamente familiar e realizava-se dentro dos limites de uma mesma classe.
Por vezes, os interesses políticos rompiam as barreiras dos laços familiares, transformando o matrimonio num assunto de estado.
Na aristocracia existiu um caso interessante, o caso da família Fujiwara, que com a afinalidade de manter a hegemonia da família nas altas posições junto á corte, casou as suas filhas com herdeiros do trono e outros membros da família imperial.
De modo semelhante, chefes de clãs samurais promoviam políticas de alianças por meio do casamento, dando as suas filhas em matrimónio a senhores vizinhos ou outras pessoas influentes.
A esposa de um samurai
Na classe samurai, mesmo não tendo uma autoridade absoluta, a mulher ocupava uma posição importante na família. Quase sempre dispunha de um controle total das finanças familiares, comandando os criados e cuidando da educação dos filhos e filhas (sob orientação do marido).
Comandavam também a cozinha e a costura de todos os membros da família. Tinham a importante missão de incutir na mente das crianças, os ideais da classe samurais, que eram, não ter medo diante da morte, piedade filial, obediência e lealdade absoluta ao senhor, e também os princípios fundamentais do budismo e confucionismo.
Com todas essas responsabilidades, a vida de esposa de um samurai não era nada invejável. Com muita frequência, o samurai estava ausente, prestando serviço militar ao seu senhor,  em tempo de guerra a mulher do samurai  era forçada a defender o seu lar de ataques inimigos.
Nessas ocasiões de perigo para a família, não era difícil a mulher combater ao lado do marido, usando de preferência a ‘narigada’ (alabarda), arma que aprendiam a manejar desde cedo.
Mesmo não tendo o refinamento das damas da nobreza, pela qual os samurais nutriam certo desprezo, a mulher samurai possuía conhecimentos dos clássicos japoneses e sabia compor versos na língua de Yamato, ou seja, no japonês puro, usando ‘kana’.
As crónicas de guerra, como o ‘Azuma Kagami’, contam-nos que esposas de samurais lutavam na defesa dos seus lares, empunhando alabarda, atirando com arco ou até acompanhando os seus maridos nos campos de batalha. Essas mulheres demonstravam muita coragem ao enfrentarem o perigo sem medo.
Sem perder a feminilidade essas esposas, cuidavam da sua aparência vestiam-se com cuidado, gostavam de manter a pele clara, usando batom e pintando os dentes de preto (tingir os dentes de preto era hábito de todas as mulheres casadas), arrancavam as sobrancelhas e cuidavam com muito carinho os seus longos cabelos escuros.

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