sábado, 12 de agosto de 2017

O KARATÉ

Na perspetiva de alguns dos estudiosos, o Karaté deverá ser quase tão antigo
como o próprio homem. A luta pela sobrevivência, contra as forças na natureza, animais selvagens e os da sua espécie, obrigou-o a procurar formas de ultrapassar as suas próprias limitações físicas. Foi naturalmente com um corpo forte, saudável e algumas técnicas progressivamente aperfeiçoadas e treinadas, que o conseguiu.
Apesar dos numerosos estudos elaborados ao longo dos tempos, a origem do Karaté permanece, ainda hoje, por desvendar. Uma das conclusões é que, de facto, o início da prática desta arte marcial se situa na Ásia Oriental. Nas várias regiões desta zona do globo, surgiram formas diferentes de autodefesa, naturalmente, todas com a mesma finalidade.
Técnica: Chudan-Gyaku-Tsuki
Técnica: Jodan-Mawashi-Geri
A ilha de Okinawa, situada no arquipélago de Ryukyu, no Sul do Japão, passou para o jugo chinês no século XV. Os conquistadores proibiram o uso das armas à população. Sem se resignar, o povo de Okinawa desenvolveu clandestinamente, uma arte marcial derivada do kempo chinês (designação das artes marciais) o Tode ou “mão da china”. Esta arte foi introduzida, sobretudo, pelos monges chineses, como o provam ainda certos nomes de kata: um kata provém do jion-ji, um antigo templo budista; segundo o kata, o estilo shorin ryu evoca explicitamente os seus laços com o templo de Shaolin.
Esta proibição manteve-se quando, em 1609, um nobre japonês ocupou Okinawa.
Cada vez mais praticada, sempre durante a noite, no maior segredo, esta arte marcial local começou a ser conhecida pelo nome de okinawate e, só no século XX, é que Gichin Funakoshi (1868 - 1952) a introduziu no resto do Japão.
Técnica: Jodan Ura-Mawashi-Geri
Técnica: Jodan-Yoko-Geri

Decidiu então chamar-lhe karaté do, a via da mão vazia, com a finalidade de sublinhar a sua dependência do budo. Esta palavra kara (vazio) foi escolhida para designar a característica do combate de mãos nuas desta arte, mas, sobretudo, pelo seu significado moral e religioso. Kara refere-se também à “ausência (vazio) de qualquer intenção agressiva” e evoca a experiência zen do “vazio”.
Tendo encetado um trabalho de fundo com vista ao ensino do Karaté, não só nos clubes privados mas, fundamentalmente, nas universidades, foi ele que retirou à prática os aspetos de índole militar, tradicionalmente relacionados com a história e cultura japonesas. Porém, não foi sem dificuldades que deu os primeiros passos.

Técnica: Balaiage com projeção
Técnica: Tsuki em Kiba-Dachi













O Japão era uma nação de grandes tradições guerreiras e resistiu às sucessivas tentativas de Funakoshi para retirar os aspetos bélicos do Karaté, substituindo-os por métodos mais educativos e formativos, numa perspetiva do homem social no futuro. As mutações sociais indispensáveis aos objetivos de Funakoshi não se viriam a operar durante o seu período de vida.
Com efeito, as técnicas mostram-se implacáveis, porque assentam nos atemi, golpes dirigidos aos pontos vitais do corpo com a ajuda das mãos, dos pés, cotovelos e joelhos. Se não é praticado na sua ótica tradicional de arte de defesa e como uma via, o karaté, desligado do Do, degenera facilmente numa espécie de pugilismo perigoso, que nada tem a ver com o karate do mestre Funakoshi.
Técnica: Tettsui-Uchi em salto
Técnica: Gyaku-Shuto-Uchi
A arte do combate, o bu do, designa o caminho abrupto que serpenteia no âmago das artes marciais. E que difícil é esta via do combate. A presença do adversário exige a presença de si mesmo no mais ínfimo gesto, torna-se consequentemente, uma questão de vida ou de morte. Uma falha na concentração, um desequilíbrio entre o espírito e o corpo são fatais num combate real, e mesmo num treino normal, comportam uma dose de risco. Depressa descobrimos que o adversário mais perigoso se encontra dentro de nós próprios. Deste modo, a via do combate reveste-se de um sentido completamente diferente.

Técnica: Empi-uchi

Dojo significa em japonês “o lugar da via”, e o que se pratica é o budo. Como um templo, o dojo é o espaço sagrado, onde nos dirigimos para receber um ensinamento, para nos adestrarmos e nos regenerarmos. Mas os mestres insistem em afirmar que não se pode praticar o budo fora do dojo. Ele constitui uma arte de viver que se experimenta a cada instante. O verdadeiro dojo, acrescentam os mestres, é aquele que o discípulo deve cimentar dentro do coração, no mais íntimo de si mesmo.
Karate a Arte Marcial que recorre fundamentalmente às armas naturais do corpo humano. 

AS ORIGENS DO KARATÉ


ILHAS RYU-KYU

Séc. XIII Conflitos no Japão / refugiaram-se Guerreiros transportando diversas armas e técnicas.

Séc. XV Invasão Japonesa / proibição de utilização de qualquer arma branca pelos Japoneses.
Forte estimulação de uma prática clandestina designada CH´UAN FA e outra designada TE

Apresentava diferentes características consoante a proveniência.


                                                SHURI                       NAHA                       

                   
                             TOMARI
                                  

Shuri - Predominância de estilos Chineses
Naha - Predominância estilos internos do grupo Nei-Chia
Tomari - Sintese dos estilos anteriores

Gichin Funakoshi - 1924
Séc.XX (1916) Ginchin Funakoshi apresentou o designado Karate. Inicialmente, KARA significava “China” (origem). Depois, acrescentou-lhe uma dimensão filosófica:


Kara - Mão vazia (vazio, referindo-se à atitude do espírito)

Te - Arte

Do - Via


 





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